Cidades

Filho de sargento relata 25 anos de violência cometida por major que matou familiares

Vanessa Lima 09/06/2025
Filho de sargento relata 25 anos de violência cometida por major que matou familiares
O sargento Galvão

Durante o velório do pai, realizado na manhã desta segunda-feira (9), o filho do sargento Altamir Moura Galvão de Lima, morto pelo major da Polícia Militar Pedro Silva, relatou que o militar possuía um histórico de violência que se estendia por mais de duas décadas. O crime, que chocou o estado, aconteceu no sábado (7), na Rua Manaus, no bairro do Prado, em Maceió, e resultou também na morte do filho do major, de apenas 10 anos.

Histórico de agressões


Em entrevista à imprensa, Arrisson Luan Galvão, sobrinho do major e filho do sargento assassinado, afirmou que o tio era um "homem de duas faces" e acumulava um histórico de 25 anos de agressões contra mulheres.

Segundo ele, o comportamento violento de Pedro Silva já era conhecido da família e envolvia situações extremas. "Só com essa mulher, tem um histórico de 25 anos de violência, espancando, cortando cabelo no meio da rua. Ele sempre foi agressivo com todas as suas mulheres", relatou Arrisson. Ele ainda revelou que o major chegou a atirar na perna de uma das ex-companheiras em outro episódio de agressão.

Momento de terror


Arrisson também descreveu os momentos de pânico vividos pela família durante o crime. Segundo ele, sua mãe e a tia conseguiram se refugiar em um quarto e trancaram a porta. No entanto, o major tentou forçar a entrada pela janela.

"Meu tio começou a quebrar a janela para entrar por lá. Nesse momento, ele usou as crianças para fazer chantagem emocional com a mãe delas, cortando o cabelo dos meninos e passando a mutilar o de 10 anos, passando a faca no braço dele. As crianças não estavam entendendo a situação", relatou emocionado.

Arrisson descreveu o primo, filho do major, como um menino inteligente, carinhoso, afetivo e com um futuro promissor.

Tentativa de defesa


Sobre seu pai, Arrisson destacou que o sargento era um homem íntegro, que buscava a paz. "Muito amigável, não gostava de confusão, evitava problemas", disse. Ele contou que, no momento da tragédia, o pai tentou impedir a ação do major. "Meu pai entrou em luta corporal com ele para tentar contê-lo, mas ele estava bem decidido, com tudo premeditado."

Investigações


O caso segue sob investigação da Polícia Civil. O major Pedro Silva, que havia fugido da prisão domiciliar, foi morto em confronto com policiais do Bope após o crime.