Brasil
Países em desenvolvimento são os que mais dependem da economia azul, diz Lula em fórum sobre oceanos

Em fórum em Mônaco, Lula critica a "falta de disposição" de países ricos em financiar iniciativas de preservação, destaca que a elevação do nível do mar ameaça as nações mais vulneráveis e diz que a Cúpula do BRICS no Brasil será um "marco na defesa do desenvolvimento sustentável".
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu neste domingo (8) um maior financiamento internacional em prol do desenvolvimento sustentável do planeta.
Em discurso no Fórum sobre Oceanos, realizado em Mônaco em homenagem ao Dia Mundial do Oceano, Lula criticou países ricos pela "falta de disposição" em financiar o desenvolvimento sustentável. Ele frisou que é pelo mar que trafegam 80% do comércio internacional, cabos submarinos veiculam 97% das redes mundiais de dados, e afirmou que, "se fosse um país, o oceano ocuparia a quinta posição entre as maiores economias do mundo", pois "gera anualmente 2,6 trilhões de dólares" (cerca de R$ 14,4 trilhões).
Lula afirmou que o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14 (ODS 14), um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos pelas Nações Unidas (ONU), "é um dos objetivos com menor financiamento de toda a Agenda 2030", com déficit para implementação estimado em 150 bilhões de dólares por ano (cerca de R$ 834 bilhões).
"Em 2024, países ricos reduziram em 7% a Assistência Oficial ao Desenvolvimento. Suas despesas militares, em contrapartida, cresceram 9,4%. Isso mostra que não falta dinheiro. O que falta é disposição e compromisso político para financiar", disse o presidente.
Lula afirmou ainda que países em desenvolvimento dependem mais que as nações industrializadas da chamada economia azul, termo usado para designar o uso sustentável dos oceanos.
"A elevação do nível do mar e os eventos extremos das cidades costeiras vitimam sempre os mais vulneráveis. Entre os 33 países da América Latina e Caribe, 23 possuem mais território marítimo do que terrestre. A África detém 13 milhões de km quadrados de território marítimo. Isso equivale à soma do território continental da União Europeia e dos Estados Unidos. Tornar a economia azul mais forte, diversa e sustentável contribui para a prosperidade do mundo em desenvolvimento."
O presidente enfatizou que durante a presidência do G20 o Brasil fez do oceano uma das prioridades e que a Cúpula do BRICS, marcada para julho no Brasil, será "um marco na defesa do desenvolvimento sustentável".
"Já foram desembolsados mais de 2,6 bilhões de dólares [cerca de R$ 14, bilhões] para água e saneamento. No Brasil, apostamos na combinação de investimentos públicos e privados. Nosso programa Bolsa Verde transfere renda para mais de doze mil famílias que ajudam a preservar unidades de conservação marinhas. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social conta com carteira de mais de 70 milhões de dólares [cerca de R$ 389 milhões] dedicada à economia azul", afirmou o presidente.
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