Internacional
Pequim usa restrições de minerais de terras raras como trunfo na guerra comercial com EUA, diz mídia

A China intensificou sua estratégia geopolítica ao responder às provocações comerciais de Donald Trump com aumento na restrição à exportação de minerais de terras raras, abalando as cadeias globais de suprimentos e pressionando Washington e seus aliados a negociar.
A China tem usado com sucesso os controles de exportação de minerais de terras raras para pressionar os Estados Unidos e demonstrar sua capacidade de influenciar as cadeias globais de suprimentos. Desde abril, o Ministério do Comércio chinês passou a exigir licenças para exportar esses minerais estratégicos, o que desacelerou o fornecimento global e fortaleceu a posição de Pequim frente às tarifas impostas pelo presidente norte-americano Donald Trump.
Após uma reunião entre Trump e o líder chinês Xi Jinping, surgiram expectativas de que mais licenças sejam concedidas, especialmente para empresas europeias, o que pode levar a novas negociações comerciais em Londres. No entanto, especialistas que falaram ao Financial Times (FT) apontam que os controles de exportação mudaram o equilíbrio de poder nas tratativas, favorecendo a China.
Segundo Andrew Gilholm, da consultoria Control Risks, os controles são uma ferramenta flexível que permite à China responder não apenas aos EUA, mas também a países aliados de Washington. Ele destaca que essa estratégia pode ser aplicada seletivamente, o que amplia sua eficácia diplomática e econômica.
A China enviará o vice-premiê He Lifeng ao Reino Unido para negociações, enquanto os EUA mobilizaram uma equipe de alto escalão. Analistas alertam que o sucesso chinês com os minerais de terras raras pode ser replicado em outros segmentos de alta tecnologia, como titânio, magnésio e semicondutores, ampliando ainda mais sua influência.
Arthur Kroeber, da Gavekal, ressaltou à mídia que a China lidera em tecnologias emergentes, como baterias, chips e inteligência artificial (IA), sustentadas por um ecossistema industrial robusto. Essa vantagem tecnológica reforça a posição de Pequim nas disputas comerciais e tem preocupado os países ocidentais.
Empresas norte-americanas e europeias enfrentam estoques limitados e dificuldades com o processo de licenciamento chinês. A escassez levou a negociações urgentes com países como a Coreia do Sul e o Japão. Diplomatas ocidentais acusam a China de adotar uma abordagem "transacional", buscando dividir os aliados para conquistar vantagens, mas se furtam de apontar o dedo para Washington, que iniciou uma política errática de imposição de tarifas a todos os países, almejando tirar vantagens de mercado nos mais variados setores da economia.
Pequim defende os controles como prática internacional legítima, especialmente para produtos de uso duplo. No entanto, a ameaça de interrupção no fornecimento está levando governos a buscar alternativas, aumentar estoques e investir em novas fontes. Especialistas alertam, porém, que substituir a China na cadeia de suprimentos não será tarefa rápida nem simples.
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