Geral
MST anuncia jornadas nacionais da juventude e por justiça climática
Mobilização realiza denúncias e desenvolve propostas para as crises ambientais em todo o país neste mês de junho

Ao longo desta semana até o próximo dia 7 de junho, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra realiza a 16ª Jornada Nacional da Juventude Sem Terra e a Jornada Nacional em Defesa da Natureza e Seus Povos, com uma série de ações para expor os crimes ambientais do agronegócio e apresentar a Reforma Agrária Popular como alternativa concreta à crise climática.
Com o lema “Reforma Agrária Popular: pela natureza e os povos para enfrentar a crise ambiental!”, as Jornadas se desdobrarão em múltiplas frentes organizadas tanto pelo Coletivo de Juventude do MST, quanto pelo Plano Nacional Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis do Movimento, que acontecem em um ano crucial para a agenda ambiental global, com o Brasil se preparando para sediar a COP30 em Belém (PA).
As ações do Movimento marcam o dia “D” de lutas no Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado no próximo dia 5 de junho. Uma data importante diante da conjuntura em que a crise ambiental tem se intensificado no país, e, sobretudo, expondo também as desigualdades em que as periferias urbanas e rurais têm sofrido, afetados pelos extremos climáticos causados pelas contradições humanas e ambientais.
Bárbara Loureiro, da coordenação do Plano Nacional Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis, conta que “Esse mês, as assembleias de base terão como tema ‘Crise ambiental e suas consequências’, para a gente olhar em cada assentamento nosso, em cada acampamento, em cada espaço que a gente está: como temos sentido a crise ambiental; fazer essa análise de diagnóstico de quem ali são os causadores, quem tem provocado essa crise; mas também como podemos, coletivamente, nos organizar onde estamos para construir essas soluções”, afirma a dirigente.
Ao longo deste mês de junho estão previstas ações de plantio de árvores, construção de viveiros e uma campanha digital com a série “Registros da Terra: O MST nos biomas brasileiros”, mostrando experiências concretas de convivência sustentável com os ecossistemas. Neste sentido, as vivências em assentamentos serão retomadas com o objetivo de mostrar na prática o contraste entre o modelo predatório do agronegócio e as experiências de produção agroecológica, reflorestamento e educação do campo desenvolvidas pelas famílias assentadas, aponta Bárbara Loureiro.
No campo e também nas cidades, o Coletivo da Juventude Sem Terra organiza oficinas de lambes e cartazes em 11 estados, enquanto projeções com a temática ambiental serão feitas em prédios públicos de capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Belém, ampliando a mensagem do Movimento. No Paraná, ocorrerá a semeadura de 21 toneladas de palmeira juçara – espécie ameaçada de extinção no bioma da Mata Atlântica.
Na programação, também estão previstos Tribunais Populares que julgarão simbolicamente casos emblemáticos de crimes ambientais em diferentes regiões – das enchentes no Rio Grande do Sul às queimadas no Ceará, pulverização de agrotóxicos no Maranhão, passando pelo desmatamento no Mato Grosso e os conflitos pela questão mineral em Minas Gerais, por exemplo.
Fernanda Farias, da coordenação do Coletivo Nacional de Juventude do MST, destaca a Jornada como uma forma de dialogar com pautas também importantes para o Movimento: “Temos entendido que, na crise ambiental, alguns sujeitos são mais afetados, que já estão na margem de forma geral, no que se diz a direitos de uma boa vida. A crise ambiental atinge todos os povos e seres humanos, especialmente a classe trabalhadora, os povos originários, os camponeses, os centros urbanos periféricos, os mais pobres, as mulheres, os sujeitos LGBTI+, os negros, e as gerações mais jovens – à juventude e as crianças. A luta pela vida da terra é uma luta pela nossa vida, por nossos corpos e territórios”.
As mobilizações ocorrem em um contexto de crescente tensão no campo, onde apenas em 2023 foram registrados 35 assassinatos em conflitos por terra, segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT). Ao mesmo tempo, o Movimento busca influenciar os debates da COP30, em que o governo federal prometeu priorizar temas como a regulamentação de mercados de carbono – proposta que o MST classifica como “falsa solução” para a crise climática.
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