Ministros da Alemanha e da Suécia criticaram na manhã desta sexta-feira, 23, a ameaça do presidente dos EUA, Donald Trump, de elevar tarifas contra a União Europeia (UE) a 50%. Um porta-voz oficial afirmou ao Wall Street Journal que o bloco não comentará as ameaças antes da ligação entre o representante comercial americano (USTR), Jamieson Greer, e o comissário do Comércio europeu, Maros Sefcovic, marcada para 12h30 (de Brasília).

Em publicação no X, a ministra das Finanças da Suécia, Elisabeth Svantesson, acusou Trump de escalar as tensões comerciais em nível "não razoável e que pode prejudicar" ambas as economias. "Precisamos de mais comércio livre, não menos", escreveu. "Ao mesmo tempo, temos que acelerar esforços para tornar a Suécia mais atrativa para investimentos, mesmo em situação incerta como essa."

Já o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Johann Wadephul, afirmou que as tarifas "não ajudam ninguém" e levam a mais "sofrimento nos mercados", em comentários a repórteres em Berlim, segundo veículos da mídia internacional. Wadephul disse que continuará a apoiar as negociações com Washington, mas sinalizou busca por outros acordos.

Conforme a Reuters, o ministro alemão afirmou que espera conseguir um acordo de livre comércio com a Índia até o fim do ano.

A ameaça de Trump aconteceu nesta manhã, por meio de publicação na Truth Social, horas antes da ligação agendada entre Greer e Sefcovic. Um diplomata europeu disse ao WSJ que é difícil saber o que ela significa e se o presidente americano de fato pretende aplicar as tarifas, ou somente pressionar o progresso das negociações com a UE.