Brasil
Tentativa de golpe: Testemunhas falam em possíveis intromissões da PRF nas eleições de 2022

Em depoimentos prestados nesta segunda-feira (19) à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), testemunhas alegaram possíveis intromissões da Polícia Rodoviária Federal (PRF) nas eleições de 2022.
Adiel Pereira Alcântara, ex-coordenador de inteligência da Polícia Rodoviária Federal (PRF), disse em seu depoimento que ouviu uma ordem do então diretor de operações da PRF, Djairlon Henrique Moura, para que a inteligência da instituição reforçasse as abordagens em ônibus e vans durante as eleições de 2022.
A testemunha afirmou ao ministro do Supremo Alexandre de Moraes, que presidiu a audiência, que a chefia da PRF orientava que os subordinados deveriam "tomar um lado".
Outra testemunha de acusação a falar sobre a atuação da PRF foi Clebson Ferreira de Paula Vieira, ex-analista de inteligência da Coordenação-Geral de Inteligência do Ministério da Justiça. Segundo o ex-servidor, ele recebeu encomendas de estudos sobre a distribuição de agentes da Polícia Rodoviária Federal às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais de 2022.
Conforme disse no depoimento, a então secretária de Segurança Pública da Pasta, Marília Ferreira de Alencar teria pedido a ele analisasse os dados de concentração de votos acima de 75%, tanto para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto para o então presidente Jair Bolsonaro. Outro pedido feito pela chefe foi uma análise sobre possíveis correlações sobre votos recebidos por Lula em áreas dominadas pela facção Comando Vermelho.
À Moraes, ele afirmou que suspeitou que as ordens recebidas pela chefia poderiam ser usadas para fins eleitorais.
Vieira e Alcântara são duas das 81 testemunhas que deverão ser ouvidas pelo STF nas próximas semanas em nova fase do julgamento sobre a tentativa de um golpe de Estado no Brasil.
'Ou o senhor falseou na polícia ou está falseando aqui', disse Moraes a general
O general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, também foi ouvido nesta segunda-feira durante a denúncia e foi enquadrado pelo ministro Alexandre de Moraes durante seu depoimento.
Ao ser questionado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, sobre o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, ter participado do plano de tentativa de golpe de Estado, afirmou que "estava focado na minha lealdade de ser franco ao ex-presidente. O brigadeiro foi contrário a qualquer coisa naquele momento. Que eu me lembre o que o ministro da Defesa fez foi ficar calado. O Almir Garnier apenas demonstrou, vamos dizer assim, o respeito ao comandante em chefe das Forças Armadas. Não interpretei como qualquer tipo de conluio".
Moraes, por sua vez, repreendeu o general. "Se mentiu na polícia, tem que dizer que mentiu na polícia. Agora não pode perante o STF. Solicito que, antes de responder, pense bem, porque Vossa Senhoria afirmou na polícia que o depoente e o brigadeiro Baptista Júnior afirmaram de forma contundente sua discordância em relação ao conteúdo exposto".
À Polícia Federal, o ex-comandante do Exército afirmou que aconteceu um encontro entre os chefes das Forças Armadas e Bolsonaro no dia 7 de dezembro de 2022, quando Bolsonaro apresentou a versão de um documento para instalar um decreto de Estado de Defesa para apurar possíveis irregularidades nas eleições.
Freire Gomes confirmou que participou do encontro, mas que o documento teria sido apresentado pelo presidente "apenas como informação" para que eles estivessem a parte de um estudo que estava sendo desenvolvido por Bolsonaro, mas não demandou opinião dos chefes das forças armadas.
Por Sputinik Brasil
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