Alagoas
Farmacêutico do Hospital Ib Gatto Falcão fala sobre o uso racional de medicamentos

“É dever e compromisso de todo farmacêutico dialogar com pacientes, cuidadores e profissionais de saúde sobre o uso racional de medicamentos. Uma escolha errada ou o uso sem orientação pode custar muito caro, inclusive a vida”. O alerta é do farmacêutico Pierre Cockenpot, que atua no Hospital Ib Gatto Falcão, em Rio Largo, e que chama a atenção para o tema nesta segunda-feira (5), Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o uso racional de medicamentos ocorre quando os pacientes recebem o medicamento adequado às suas necessidades clínicas, na dose correta, pelo tempo necessário e ao menor custo possível. Essa prática, ainda conforme o farmacêutico do Hospital Ib Gatto Falcão, “é essencial para garantir a segurança dos tratamentos, a eficácia das terapias e a sustentabilidade do SUS [Sistema Único de Saúde]”, enfatiza o especialista.
Apesar da clareza do conceito, os números ainda são alarmantes com relação ao uso racional dos medicamentos. A farmacêutica Lauanna Kyvia, que também atua no Hospital Ib Gatto Falcão, destaca que a OMS estima que mais da metade dos medicamentos no mundo são utilizados de forma incorreta.
“Nosso trabalho vai muito além da simples dispensação. Esclarecemos dúvidas, orientamos sobre interações medicamentosas, ajustamos doses, monitoramos efeitos e acompanhamos a farmacoterapia de perto. Cada paciente é único, e nosso cuidado também”, explica Lauanna Kyvia.
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Ela também relembra os dados de uma pesquisa da Fiocruz, realizada em 2021, que revelou que 76% dos brasileiros praticam automedicação com frequência, muitas vezes guiados por conselhos informais ou informações da internet.
A mesma pesquisa aponta que cerca de 30% das internações no SUS têm relação direta ou indireta com o uso inadequado de medicamentos, um problema que gera custos evitáveis e coloca vidas em risco.
Riscos
O uso irresponsável de medicamentos pode trazer consequências graves, como o agravamento de doenças, em razão da ingestão de doses erradas ou a interrupção do tratamento, o que compromete a eficácia terapêutica.
Essa prática errada também pode ocasionar a resistência antimicrobiana, que consiste no uso indevido de antibióticos, o que contribui para o surgimento de bactérias resistentes, dificultando tratamentos futuros. Há ainda as reações adversas e intoxicações, causadas pela automedicação e a combinação inadequada de substâncias, que podem causar efeitos colaterais sérios.
Por outro lado, o uso consciente e orientado de medicamentos traz benefícios como maior eficácia dos tratamentos, menos efeitos colaterais, redução de internações e complicações, economia para o paciente e para o SUS, preservação da eficácia dos medicamentos, especialmente os antibióticos.
“Estamos aqui para orientar e, recomendamos que, antes de tomar qualquer medicamento, é necessário procurar a orientação de um farmacêutico”, frisa Lauanna Kyvia.
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Dicas para o uso consciente
- Nunca se automedique, mesmo com medicamentos de venda livre;
- Siga sempre a prescrição médica;
- Mantenha medicamentos fora do alcance de crianças e animais;
- Não utilize medicamentos vencidos ou com aparência alterada;
- Não compartilhe medicamentos com outras pessoas.
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