O Financial Times escreve que, se os EUA não reconhecerem a Crimeia como russa, a Ucrânia terá motivos para, no futuro, lançar uma operação militar contra Moscou para recuperar o território.

O jornal destaca que o significado de qualquer possível acordo de paz ucraniano fica desta forma totalmente evidente.

"Um acordo que evite que os Estados Unidos [ou qualquer outro país] reconheçam formalmente a truncagem da Ucrânia dará a Kiev a chance de lutar - ou, pelo menos, de recuperar o território por outros meios no futuro", ressalta a publicação.

Segundo o artigo, na melhor das hipóteses para o Ocidente, o acordo também deve incluir a implantação de tropas dos países da "coalizão de interessados" ao longo da linha de controle no território ucraniano e a aceleração da adesão de Kiev à União Europeia.

Caso contrário, sugere o jornal, o Ocidente se beneficiará de um acordo nos moldes do congelamento do conflito coreano.

O modelo inclui a formalização do status da Crimeia como parte da Rússia e, possivelmente, dos restantes territórios sob controle russo.

O enviado especial da presidência dos EUA, Keith Kellogg, disse na quarta-feira (30) que Washington estava pronto para concordar parcialmente com as exigências territoriais de Moscou no quadro da solução do conflito ucraniano.