Cidades
Presidente da Câmara tenta justificar com “conversa mole” novo adiamento de audiência com Águas do Sertão

Em meio à crescente revolta popular contra a Águas do Sertão e à inaceitável escassez de água que afeta bairros inteiros e comunidades rurais de Palmeira dos Índios, o presidente da Câmara Municipal, vereador Madson Monteiro (PV), decidiu adotar um tom defensivo e polêmico. Após ter aceitado, pela segunda vez, o adiamento da audiência pública com a concessionária — agora remarcada para 14 de maio — Madson tentou justificar o recuo com um discurso que caiu como uma desculpa esfarrapada.
Segundo ele, o adiamento se deu para que a empresa tenha mais tempo para reunir informações e apresentar um plano de ação. No entanto, essa narrativa não convenceu e soou como “conversa mole” diante de uma crise urgente, em que a população já espera há meses por respostas concretas. Para piorar, o vereador ainda direcionou críticas à imprensa local, por ter, segundo ele, “mentido” nas informações. Na prática, o que incomodou o presidente foi o fato da imprensa revelar a verdade: a reunião com a empresa foi feita a portas fechadas, sem antecipada transparência, e culminou num novo adiamento, claramente prejudicial ao povo.
O próprio presidente, vale lembrar, participou da legislatura passada e votou e silenciou diante da concessão dos serviços de água para a empresa Águas do Sertão por 40 anos. Ou seja, além de tentar justificar o injustificável agora, é corresponsável pela presença da empresa que hoje maltrata a população palmeirense com tarifas abusivas, calçamentos destruídos e torneiras secas.
A nota oficial sobre o adiamento foi divulgada pela assessoria da própria Câmara e posterior à reunião com os diretores da empresa de água, confirmando que a reunião com Águas do Sertão ocorreu na segunda-feira (22), a portas fechadas, com o aval de Madson Monteiro, mas de “surpresa”. Você acredita nisso?
A população, por sua vez, foi excluída do processo.
O desconforto é visível até entre os vereadores. Em plenário, alguns parlamentares fizeram discursos contundentes e não se alinharam ao discurso do presidente, inclusive o vereador Geraldinho Ribeiro, por 3 vezes citou a reunião com os diretores em ato falho, depois se corrigindo após o presidente chamar a atenção.
Não há unidade no Legislativo nesses casos — é cada um por si. A crise virou um "salve-se quem puder" político, em que o povo segue como o maior prejudicado.
Enquanto isso, o presidente da Câmara tenta blindar a concessionária postergando a reunião e atacar quem denuncia os fatos, como se silenciar a imprensa fosse a solução para o caos. Mas a verdade continua ecoando: a população de Palmeira dos Índios está cansada de promessas, desculpas e omissões. O povo quer água — e respeito.
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