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Ufal traz para Alagoas primeiro Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia
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Em uma iniciativa inédita no Brasil, a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) lançou, neste dia 14 de abril, o Instituto de Inteligência Artificial na Educação Desplugada (IA.Edu) e a primeira Cátedra Unesco voltada ao uso de Inteligência Artificial (IA) em contextos educacionais com pouco ou nenhum acesso a recursos tecnológicos. O evento foi realizado no prédio do Observatório da Rede de Inovação para Educação Híbrida (Rieh), do Núcleo de Excelência em Tecnologias Sociais (Nees), no Campus A.C. Simões, em Maceió.
A solenidade contou com a presença do reitor da Ufal, Josealdo Tonholo; da coordenadora-geral da Comissão Nacional do Brasil para a Unesco, Maria Clara Nocchi; da reitora honorária da Ufal, Ana Dayse Dorea; da diretora-presidente da Fundação Telefônica Vivo, Lia Glaz; da presidente do Instituto Todos Pela Educação e ex-diretora de Educação Global do Banco Mundial, Claudia Costin; e do diretor-presidente da Fundação Tellescom, Américo Mattar. Também estiveram presentes os cofundadores do IA.Edu: os professores Ig Ibert Bittencourt (Ufal), Seiji Isotani (USP) e Alice Carraturi.
A Cátedra Unesco da Ufal, fruto do programa Unitwin, foi criada para fomentar redes internacionais de pesquisa e cooperação sobre IA aplicada à educação, com foco especial na inclusão e no uso de tecnologias em contextos desplugados. Um exemplo disso são atividades pedagógicas feitas em papel, fotografadas e analisadas por inteligência artificial, que devolve feedbacks personalizados aos alunos, sem depender de conexão contínua com a internet.
Paralelamente, o Instituto IA.Edu nasce como centro de excelência e articulação entre academia, governos e sociedade civil. Seu objetivo é construir políticas públicas e práticas educacionais éticas e eficazes para o uso da IA nos ensinos básico, médio e superior. "Passa um filme na minha cabeça. Começamos o Nees com três pesquisadores e mergulhamos na educação, na tecnologia e nas políticas públicas. Chegamos a quase mil colaboradores”, relatou o professor do Instituto de Computação da Ufal, Ig Ibert Bittencourt.
Sobre a Cátedra, o professor Ig Ibert também destaca a importância. “É a primeira Cátedra Unesco com essa temática no estado. Essa cátedra visa disseminar conhecimento, influenciar políticas públicas e trabalhar em rede com universidades do Brasil e do Sul Global, promovendo uma IA que faça sentido para realidades com maiores desafios de infraestrutura e competências digitais. O Brasil pode se tornar a vitrine da IA desplugada no mundo", destacou o pesquisador.
Durante o lançamento, o reitor Josealdo Tonholo ressaltou a relevância nacional e internacional da iniciativa. "Estamos aqui hoje em dois eventos bastante fortes na área de educação, não só de relevância para o estado de Alagoas, mas para o Brasil e o mundo, voltados para a inteligência artificial na educação. A densidade disso é tão grande que hoje criamos um núcleo específico para tratar desse tema em parceria com instituições de mais de 30 países. Além disso, celebramos a parceria com a Unesco, estruturando uma cátedra que vai gerar conhecimento com padrão nacional e internacional, buscando transformar a realidade educacional do nosso país”, disse o reitor.
Seiji Isotani, professor de Computação e Tecnologias Educacionais da Universidade de São Paulo (USP) e cofundador do IA.Edu, saudou os participantes do evento de lançamento e falou dos desafios da Inteligência Artificial na Educação. “Uma das nossas maiores inquietações é garantir que os benefícios da inteligência artificial cheguem às regiões onde a infraestrutura é praticamente inexistente, onde faltam recursos humanos bem capacitados, onde muitas crianças ainda não têm aquele brilho nos olhos quando se fala em tecnologia, justamente porque nunca tiveram acesso a ela”, assegurou o professor.
Isotani relembrou que trabalha nesse propósito com o professor Ig Ibert desde 2007. “E desde o início acreditamos que seria possível alcançar nossas crianças e melhorar a qualidade da educação usando a tecnologia como um elemento intermediador, não como algo isolado, mas como parte integrante do processo educativo. Esse, para mim, é o grande desafio que enfrentamos na educação: ao mesmo tempo em que faz sentido pensar a educação sem tecnologia, também não faz sentido deixar a tecnologia de fora. Esse conflito, essa tensão, nos acompanha todos os dias”, enfatizou.
Alice Carraturi, doutora em Educação pela Faculdade de Educação da USP e também cofundadora do Instituto, reforçou o propósito do IA.Edu. “A gente percebeu que a inteligência artificial deixou de ser apenas uma área da computação ou das tecnologias digitais, ela se tornou uma verdadeira onda. E, diante disso, pensamos: queremos estar na crista dessa onda, né? Foi com esse espírito que criamos o IA.Edu, uma spin-off do Nees, que já vinha desenvolvendo ferramentas e tecnologias voltadas para a educação. A ideia é que essa inteligência artificial, quando aplicada à educação, possa de fato trazer apoio e contribuir significativamente para a educação básica pública”, concluiu a pesquisadora.
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