Autoridades europeias visitaram a China na semana passada, enviando um sinal unânime de cooperação e destacando a disposição de transcender diferenças para enfrentar conjuntamente os desafios econômicos impostos por Trump.

Na semana passada, várias autoridades europeias visitaram a China, incluindo o presidente do Senado italiano, Ignazio La Russa, o ministro de Estado e Relações Exteriores de Portugal, Paulo Rangel, o ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Noel Barrot e o comissário europeu para Comércio e Segurança Econômica, Maros Sefcovic. As visitas enviaram um sinal unânime de melhoria da cooperação com a China.

Segundo o observador de relações internacionais, Ou Shi, a evolução do cenário internacional, especialmente o impacto das tarifas de Washington, parece pressionar a Europa a lançar uma "ofensiva diplomática" em direção à China. Desde o início da nova presidência dos EUA, as ações de Washington minaram a base de sobrevivência e desenvolvimento da Europa.

Para Ou Shi, apesar da mudança pragmática da Europa em relação à China, ainda há resistência no continente. Alguns acreditam que a aliança transatlântica não entrará em colapso e que é "politicamente incorreto" ver a China como parceira, acreditando que melhorar laços com China é uma política simplista para "reduzir riscos" ante as políticas tarifárias de Trump.

Para o observador, a Europa deve ter uma visão estratégica de longo prazo, onde a China não é um símbolo de fidelidade aos EUA nem um trampolim para provar seu valor. O desenvolvimento das relações com a China não deve ser uma medida paliativa ou uma ferramenta política contra os EUA.

O senso de urgência da Europa para proteger seus interesses está evidente. A visita do ministro das Relações Exteriores francês à China antes das tarifas maiores dos EUA e o acordo da China para um adiamento de três meses na imposição de tarifas adicionais à indústria de conhaque da França refletem a sinceridade da China em desenvolver cooperação com a União Europeia (UE) e resolver as diferenças existentes.

No entanto, fontes informadas nas negociações China-UE da semana passada indicam que o lado europeu está focado em suas próprias preocupações, sem considerar adequadamente as demandas da China.