Internacional
Analistas: tarifas de Trump podem danificar os próprios EUA e causar crise econômica mundial

As tarifas impostas pelo presidente norte-americano, Donald Trump, afetam principalmente os países que são os principais parceiros comerciais dos EUA e, acima de tudo, aqueles com os quais a balança comercial é negativa, disseram analistas à Sputnik.
Segundo o economista russo Yevgeny Shatov, as consequências mais graves aguardam os países que dependem muito das exportações para os Estados Unidos. Eles podem enfrentar depressão profunda, agitação e aumento da pobreza.
"A União Europeia [UE], o México, o Canadá, a China – com eles os americanos estão negociando ativamente, e não a seu favor. O déficit com a China é particularmente grande: as importações excedem as exportações em mais de três vezes", ressaltou Daria Sokolan, economista russa.
Contudo, a maioria dos países ainda está contando com negociações – Trump, segundo ele, está aberto a isso. Além disso, as tarifas podem ser contestadas por meio dos mecanismos da Organização Mundial do Comércio (OMC).
A China, por sua vez, já retaliou: 34% sobre todos os produtos americanos a partir de 10 de abril. E ameaçou parar de investir em empresas americanas.
A rivalidade entre as duas maiores economias do mundo está marcada por uma reestruturação das cadeias de suprimentos e por uma desaceleração do crescimento econômico global. Os custos comerciais aumentarão, alertam os observadores.
Além disso, tal política dos Estados Unidos corre vastos riscos para sua economia. Entretanto, de acordo com estimativas preliminares do governo Trump, as novas tarifas aumentariam as receitas em cerca de US$ 3,52 trilhões (cerca de R$ 21 trilhões) entre 2026 e 2035.

"O valor é significativo, mas não é suficiente para cobrir o déficit orçamentário [...]. A economia dos EUA pode desacelerar. O maior efeito ocorrerá este ano. O crescimento zero não está excluído", explicou Shatov.
No final das contas, sublinham os analistas, a política agressiva de Trump será apenas um poderoso impulso para um processo que já está em andamento – a fragmentação da economia global.
Os países procuram negociar em blocos regionais. Além disso, espelham restrições em relação aos EUA. O resultado é o aumento dos preços das commodities, o aumento dos encargos para os consumidores em todo o mundo e a desaceleração da economia global. Tudo isso é capaz de desencadear outra crise global.
Por Sputinik Brasil
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