A vergonhosa manobra política que resultou na exoneração em massa de cinco secretários da Prefeitura de Palmeira dos Índios, conforme já denunciado amplamente, agora se confirma de forma oficial e escancarada. O Diário Oficial do Município, publicado nesta segunda-feira (17/03), oficializa a entrega da máquina pública ao grupo de vereadores conhecido como G-12, que, em troca, suspendeu momentaneamente a ameaça de abrir uma CPI contra a gestão de Luísa Duarte.

As nomeações divulgadas nas portarias de números 249 a 257/2025 revelam o cumprimento do "acordo de bastidores" feito entre a prefeita, o secretário de Governo Julio Cezar e os parlamentares do G-12, em um clássico loteamento de cargos, onde o interesse público foi o único ausente na negociação.

Entre os novos secretários estão figuras diretamente ligadas aos vereadores que compõem o G-12, reafirmando o que já era ventilado nas rodas políticas da cidade: a exigência dos vereadores por pastas e cargos em troca de blindagem política e votos na Câmara.

Veja alguns dos indicados que assumiram cargos estratégicos:

• Júlio César Permínio Tenório, nomeado Secretário de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Turismo ligado ao vereador Jânio Marques

• José Cícero da Silva, agora Secretário de Agricultura e Desenvolvimento Agrário, integrante da CARPIL e ligado ao presidente da Câmara Madson Monteiro;

• Geraldo Ribeiro Lima Netto, à frente da Secretaria de Serviços Públicos e Convívio Urbano, filho do vereador Geraldo Ribeiro Lima Junior;

• Jonatas Santos Machado, nomeado Secretário de Desenvolvimento Comunitário;

• Nilson Souza Silva Filho, que assume a Secretaria de Desenvolvimento da Infraestrutura Urbana e Rural.

Os dois últimos, a Tribuna do Sertão está apurando para saber de quem foi a indicação para ocupar os cargos.

Todos esses cargos são de relevância fundamental para a população, e agora estão sob o comando de nomes indicados não pela competência ou histórico técnico, mas sim como moeda de troca política, o que escancara o desprezo da atual gestão com o interesse público.

Além disso, as nomeações não param por aí: a Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) e secretarias adjuntas também foram entregues a indicados da base aliada, selando de vez o loteamento da prefeitura, como comprova a nomeação de Genival Santana de Araújo exonerado no sábado da secretaria de Agricultura e agora para o comando da SMTT, órgão estratégico em qualquer cidade.

Outro que havia sido exonerado no sábado foi Arnaldo Cavalcante, o Arnaldo do Detran, que volta como secretário adjunto de Secretaria de Serviços Públicos e Convívio Urbano.

Essa manobra, arquitetada por Luísa Duarte e Julio Cezar, deixa claro que o discurso de renovação política e compromisso com a ética na gestão pública não passou de promessa eleitoreira. Na prática, o que se vê é a prática mais rasteira da política tradicional, com cargos entregues a políticos em troca de apoio e proteção.

Ao optar por ceder à chantagem do G-12, a prefeita compromete de forma gravíssima o funcionamento das secretarias, colocando em risco o andamento de políticas públicas essenciais, como saúde, educação, agricultura e infraestrutura.

Resta à população de Palmeira dos Índios acompanhar de perto essa aliança espúria e cobrar dos novos "secretários indicados" soluções reais para os problemas da cidade, embora já se saiba que a prioridade destes será atender aos interesses políticos de seus padrinhos, e não da sociedade.

Com isso, Luísa Duarte enterra qualquer esperança de autonomia de sua gestão, tornando-se refém do grupo que comanda a Câmara Municipal, e comprometendo o futuro da cidade em nome de sua permanência no poder.

É o povo, mais uma vez, quem pagará o preço dessa negociata.