Cidades
Vereadores reclamam de falta de prestígio e apontam privilégio do empresário Edvaldo Cunha em instalação de lombada na BR-316
CTB só permite instalações de lombada em BR's em casos especiais

A construção de uma lombada na BR-316, exatamente em frente ao Supermercado Avant, de propriedade do empresário Edvaldo Cunha, gerou polêmica entre vereadores do município na sessãoordináriade ontem (12), que reclamam de ter menos prestígio do que o dono do supermercado.
Segundo o que se ouviu na sessão pela reportagem da Tribuna do Sertão, os vereadores, que há anos solicitam redutores de velocidade em outros pontos críticos da mesma rodovia, se dizem "esquecidos" pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), enquanto o pedido do empresário teria sido atendido com rapidez incomum.
Legalidade e polêmica sobre lombadas em rodovias federais
Vale lembrar que, segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a instalação de lombadas (ondulações transversais) é proibida em vias públicas desde 1998, exceto em casos especiais devidamente justificados por estudo técnico, conforme determina a Resolução 600/16 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran).
O Portal do Trânsito, em publicação recente, esclarece que a legislação abre uma brecha para casos específicos, mas exige estudo técnico prévio e o esgotamento de outras alternativas, como sinalização adequada e fiscalização eficiente.
Para o especialista Celso Mariano, diretor do Portal do Trânsito, o uso indiscriminado de lombadas é reflexo da falência do modelo de fiscalização e da educação para o trânsito.
"Quando falha a fiscalização, a educação e os meios modernos, os órgãos apelam para a lombada. É um obstáculo físico que deveria ser a última alternativa", afirma.
Apesar de ser um equipamento que pode aumentar a segurança de pedestres, o especialista alerta que lombadas podem causar acidentes e danos em veículos, principalmente se forem instaladas de forma irregular.
Outros pontos críticos ignorados
Os vereadores cobram que locais com intenso fluxo de pedestres e onde já ocorreram acidentes fatais, também sejam contemplados com mecanismos de controle de velocidade.
A comunidade do bairro Sabiá, por exemplo, clama há anos por um redutor, nas proximidades no novo hospitap. Já na frente do Hospital Regional. Mas esses pedidos não são atendidos. Por que só para empresário funciona?", questiona um popular que assistia a sessão.
Quem manda na cidade?
O episódio reforça o clima de desconforto e disputa por espaço político em Palmeira dos Índios, com vereadores se sentindo escanteados diante do poder de empresários locais. A situação também expõe a necessidade de mais transparência nas decisões do DNIT e da Prefeitura, que, segundo os vereadores, não se manifestou oficialmente sobre a instalação da lombada em frente ao Avant.
A Tribuna do Sertão seguirá acompanhando o caso e reforça o espaço aberto para manifestações do DNIT, da Prefeitura, dos vereadores e do próprio empresário Edvaldo Cunha, para esclarecer os critérios e justificativas para a instalação da lombada.
Enquanto isso, a pergunta que fica é: Por que uns têm privilégios e outros, com demandas urgentes, seguem sendo ignorados?
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