Alagoas
Aprovados na Ufal, ex-bolsistas da Fapeal destacam impacto da iniciação científica no aprendizado

Em Alagoas, a pesquisa científica no ensino médio tem o poder de transformar trajetórias acadêmicas e abrir oportunidades que vão além da sala de aula. Esse foi o caso de Nyckollas Raphaell e Pedro Henrique, ex-bolsistas do Programa de Iniciação Científica Júnior (Pibic Jr) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), em pareceria com a Secretaria de Estado da Educação (Seduc). Ambos conquistaram aprovações em cursos da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

Nycholas e Henrique integraram o projeto ‘Desenvolvimento de máquina de reaproveitamento de garrafas PET para produção de filamento sustentável e de baixo custo para impressão 3D’, desenvolvido entre 2023 e 2024, no Instituto Federal de Alagoas (Ifal) - Campus Arapiraca, sob orientação da professora Renata Pereira. Nyckollas Raphaell alcançou o primeiro lugar no curso de Física da Ufal, enquanto Pedro Henrique garantiu sua vaga em Medicina.
O projeto de iniciação científica que ambos participaram, segundo a orientadora Renata Pereira, nasceu da necessidade de oferecer soluções sustentáveis para a destinação do lixo plástico, que tem um índice alarmante de desperdício no Brasil.
“O Brasil gera, aproximadamente, 11 milhões de toneladas de lixo plástico por ano, mas apenas 1,2% desse total é reciclado. Nosso objetivo foi transformar um dos plásticos mais descartados, o PET, em um recurso útil para a educação e a inovação, criando filamentos para impressoras 3D”, detalha a estudiosa.

A nova tecnologia desenvolvida pode ajudar as instituições de ensino a produzir seu próprio filamento, reduzindo custos e contribuindo para a sustentabilidade. “Os filamentos reciclados foram usados para imprimir robôs educacionais, ampliando o aprendizado dos estudantes para além da eletroeletrônica e incentivando soluções inovadoras”, completa Renata Pereira.
Aprendizados na pesquisa
Como alunos do curso técnico de Eletroeletrônica, Nyckollas Raphaell e Pedro Henrique enfrentaram desafios ao desenvolverem a parte mecânica da máquina. Segundo a professora, foi necessário utilizar recursos do Espaço 4.0, do Ifal Arapiraca, e materiais adquiridos com a taxa de bancada do Pibic Jr para projetar as peças em impressoras 3D e cortadoras a laser. “Foi um aprendizado incrível, pois mostrou a importância da interdisciplinaridade para resolver problemas reais”, comentou a professora.
O envolvimento no projeto também permitiu que os estudantes desenvolvessem habilidades como liderança, trabalho em equipe e escrita acadêmica. Segundo a orientadora, os participantes também tiveram experiências valiosas ao apresentar seus resultados em eventos científicos, o que contribuiu ainda mais suas trajetórias acadêmicas.
Impacto na trajetória acadêmica

Para Nyckollas Raphaell, a participação na pesquisa foi essencial para sua escolha pelo curso de Física: “Sempre fui fascinado pelo universo e pelo seu funcionamento. O Pibic Jr me ajudou a desenvolver meu senso de pesquisa e reforçou minha vontade de seguir a carreira acadêmica”, conta o estudante.
Para o aluno, a pesquisa exigiu dedicação e organização, mas os aprendizados valeram o esforço. “Foi um desafio, mas ser pesquisador me ajudou a desenvolver muitas competências que antes eu não sabia que tinha”, mencionou. A aprovação em primeiro lugar no curso foi um marco em sua vida. “Essa é a realização de um sonho de criança e o primeiro passo para o meu maior objetivo: ser astronauta”, revelou ele.
Já Pedro Henrique, aprovado em Medicina, destaca que a experiência no programa o ajudou a aprimorar a disciplina e a gestão de tempo: “Conciliar pesquisa e estudos foi um desafio, mas me ajudou a ser mais organizado e a desenvolver habilidades fundamentais para a carreira médica, como trabalho em equipe e responsabilidade”, afirmou.
O futuro médico reforçou que a pesquisa é uma excelente oportunidade para os estudantes do ensino médio. “Meu conselho é buscar apoio dos professores, compartilhar seus interesses com colegas e aproveitar as oportunidades que surgirem. A iniciação científica abriu minha visão para o desenvolvimento de pesquisas e a inovação”, destacou Pedro Henrique.
Incentivo da Fapeal
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Segundo a orientadora, o Pibic Jr deixou marcas positivas, pois aproximou os estudantes da pesquisa, mas também os ajudou a desenvolver aptidões como autonomia, pensamento crítico e trabalho em equipe, essenciais para qualquer carreira. Mais que um exemplo, as trajetória dos alunos fortalecem o movimento fomentado pela Fapeal, para oportunizar que estudantes participem e acreditem que é possível ingressar no universo acadêmico através de projetos científicos iniciados nas escolas.
De acordo com Renata Pereira, iniciativas como esta transformam o ensino e abrem portas para o futuro. “A pesquisa no ensino médio vai muito além do conhecimento técnico. Ela ensina a buscar soluções, enfrentar desafios e enxergar oportunidades onde ninguém mais vê”, ressalta ela.
Neste momento, a Fapeal continua apoiando e incentivando novos projetos científicos no ensino médio. A atual edição do Pibic Jr se encontra vigente e aprovará cerca de mil bolsas para alunos da rede pública do Estado e dos Institutos Federais de Alagoas desenvolverem 100 projetos de pesquisa.
O Pibic Jr é financiando pelo Governo de Alagoas, por meio do programa Mais Ciência, Mais Futuro, gerido por Secti e Fapeal.
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