Política
Jornalista denuncia Hugo Motta: o "estelionato político" do novo Presidente da Câmara
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A jornalista Teresa Cruvinel fez um alerta contundente neste fim de semana sobre o novo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, em um artigo que expõe sua rápida guinada política e seu oportunismo eleitoral. Empossado há poucos dias, Motta já se revelou um hábil manipulador do discurso político, abandonando a máscara de neutralidade que o levou ao cargo para se alinhar com pautas da extrema direita e desafiar instituições democráticas.
Cruvinel denuncia que Hugo Motta, durante sua campanha à presidência da Câmara, fugiu de compromissos programáticos, evitando se posicionar sobre temas polêmicos. Com essa estratégia, conseguiu angariar apoios até do PT, que agora se vê traído por um presidente da Câmara que já demonstra ter uma agenda voltada aos interesses bolsonaristas. O novo presidente não apenas passou a defender projetos favoráveis à extrema direita, como também ousou questionar o STF, relativizando os ataques do 8 de janeiro e insinuando que as penas impostas aos golpistas foram desproporcionais.
A Tática do Silêncio na Campanha e a Mudança de Rumo no Poder
Durante a campanha, Hugo Motta se fingiu de desinteressado em relação a temas espinhosos, negando que tivesse prometido ao PL colocar em tramitação o projeto de anistia aos envolvidos no 8 de janeiro e garantindo ao PT que não o faria. Agora, com o cargo assegurado, rasgou a fantasia e já questiona a narrativa do golpe, sugerindo que o ataque às instituições não configuraria uma tentativa de tomada do poder. Esse argumento, segundo Cruvinel, abre caminho para a anistia dos golpistas.
Os fatos, no entanto, desmontam sua retórica. A Polícia Federal já provou que a tentativa de golpe foi planejada e contou com lideranças bem definidas. Entre os envolvidos, estão o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o general Braga Netto e até o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier. Também há registros de pressões sobre as Forças Armadas para que embarcassem na intentona golpista.
Mesmo diante das provas robustas, Hugo Motta tenta vender a narrativa de que as penas impostas pelo STF foram exageradas. Como destaca Cruvinel, ele distorce os fatos para favorecer os criminosos do 8 de janeiro, sugerindo que uma mulher foi condenada a 17 anos apenas por "passar pela Esplanada". No entanto, as condenações estão baseadas em vídeos, provas materiais e depoimentos, e o Supremo já inocentou pessoas que estavam ali sem envolvimento direto nos ataques.
Rumo à Anistia e ao Enfraquecimento da Ficha Limpa
Outra questão levantada no artigo de Cruvinel é o apoio velado de Hugo Motta à flexibilização da Lei da Ficha Limpa, que pode reduzir de 8 para 2 anos o período de inelegibilidade para políticos condenados por abuso de poder econômico e político. Se aprovado, esse projeto abriria caminho para que Jair Bolsonaro volte a disputar a Presidência em 2026. Embora Motta tenha evitado se comprometer diretamente, ele já indicou que acha a punição de oito anos uma "eternidade", um claro sinal de que pode pautar a matéria caso seja conveniente para seus aliados.
Além disso, a defesa de um semipresidencialismo também voltou à cena. O novo presidente da Câmara deu declarações favoráveis à reabertura do debate sobre a mudança no sistema de governo, o que poderia enfraquecer o poder do Executivo e fortalecer ainda mais o Centrão. No entanto, como lembra Cruvinel, muitos juristas acreditam que uma mudança dessa magnitude só poderia ser feita via plebiscito, como o que ocorreu em 1993, quando a população escolheu o presidencialismo.
Hugo Motta e o Oportunismo Fiscalista
Em mais uma reviravolta, Motta também mudou sua postura em relação à política econômica. Durante a campanha, evitou criticar o ministro Fernando Haddad. Agora, já se posiciona como defensor do ajuste fiscal, declarando que a Câmara não aprovará nenhum novo projeto que aumente a arrecadação. Essa postura coloca em risco a proposta de isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil, uma promessa de campanha de Lula que depende de novas fontes de arrecadação para ser viável. Com a resistência de Hugo Motta, a tendência é que os mais ricos continuem a ser beneficiados, enquanto trabalhadores de baixa renda podem ficar sem esse alívio tributário.
Do Discurso de Ulysses Guimarães à Prática do Centrão
Ao assumir o cargo, Hugo Motta tentou se revestir da imagem de Ulysses Guimarães, citando o "Senhor Diretas" e imitando seu gesto mais famoso: erguer a Constituição. No entanto, suas primeiras decisões já demonstram que ele está mais alinhado com o fisiologismo do Centrão do que com o espírito democrático de Ulysses.
Teresa Cruvinel fecha seu artigo com uma adaptação amarga da famosa frase de Ulysses: "Você diz que esse Congresso é ruim porque ainda não viu o próximo". Segundo ela, com apenas uma semana no cargo, Hugo Motta já nos faz pensar que Arthur Lira pode ter sido um mal menor.
A denúncia de Cruvinel não poderia ser mais oportuna. Hugo Motta enganou o país para chegar ao poder, e agora, já mostra suas verdadeiras intenções. A questão é: o Brasil perceberá seu jogo antes que seja tarde demais?
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