A qualificação na Polícia Militar de Alagoas é um processo permanente, que alcançou índices expressivos em 2024. Ao todo, foram realizados 102 cursos entre janeiro e dezembro do ano passado, sendo qualificados 4.083 policiais militares da corporação.

Os números são da Diretoria de Ensino, Instrução e Pesquisa (DEIP), setor que coordena a área de ensino na PM, e englobam cursos obrigatórios e de especialização desenvolvidos internamente, bem como o quantitativo de militares enviados para capacitação em outras instituições.

Além dos cursos oferecidos pela DEIP, foram realizadas outras atividades formativas nas modalidades de instruções, estágios, seminários e palestras por parte das unidades junto a seus efetivos. Os batalhões de área, as especializadas e os setores administrativos capacitaram praticamente a totalidade de suas tropas em estágios de nivelamento, instruções de tiro ou formações próprias do trabalho específico desempenhado por cada setor. 

O Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) teve destaque como a unidade que realizou o maior número de instruções internas –  16 ao total –, alcançando quase 100 policiais militares aprimorados em áreas como legislação diante de crimes ambientais, resgate de animais silvestres mantidos em cativeiros e policiamento aquático.

A portaria com as Normas para o Planejamento e Conduta do Ensino (NPCE), documento publicado ao final de cada ano em Boletim Geral, prevê os cursos a serem realizados no ano letivo seguinte. A última portaria está disponível e pode ser conferida na íntegra no aditamento ao boletim de 17 de dezembro de 2024, e prevê os cursos que serão lançados por meio de editais preparados pela DEIP neste ano. 

Qualificação e Ensino para Oficiais e Praças

A corporação divide os cursos entre os de formação (obrigatórios para ingresso), de habilitação (para a ascensão na carreira militar) e os cursos de especialização (realizados para aperfeiçoamento em alguma área). 

O aperfeiçoamento dos oficias é realizado pela Academia de Polícia Militar Senador Arnon de Mello (APMSAM), que realizou 14 cursos próprios, qualificando 642 militares em 2024. Entre os cursos, está o de Comando e Estado-Maior, finalizado com 104 participantes da PM alagoana e de outras coirmãs. 

O CCEM, antigo Curso Superior de Polícia (CSP), foi reformulado e capacitou majores e tenentes-coronéis ao longo de sete meses. Já o de Habilitação de Oficiais (CHO) formou quatro turmas em sequência, deixando habilitados 186 subtenentes ao oficialato. 

Entre outros cursos desenvolvidos na APMSAM estão o de Formação e Aperfeiçoamento de Oficiais (CFO e CAO), de Ações Táticas Especiais, de Metodologia do Treinamento Físico e o de Operacional de ROTAM, cada um deles voltados a aprimorar áreas ou habilidades da atuação policial.

“Nossa academia é preparada para manter o conhecimento contínuo dos nossos profissionais. Cada curso realizado representa mais preparo e mais conhecimento a ser adquirido e posteriormente difundido. Tivemos um 2024 de muitas atividades de instrução, e estamos preparados para iniciar o ano letivo de 2025 garantindo qualificação para os cadetes e oficiais em nossa Escola de Comandantes”, salientou o gestor da APMSAM, tenente-coronel Mário Xavier.

Na carreira de praças, foi realizada em maio de 2024 a formatura de 923 soldados. Em novembro, foi entregue a turma A do Curso de Aperfeiçoamento de Praças (CAP), que habilitou 200 segundos-sargentos dos quadros de combatentes, músicos e da saúde. No mesmo mês, teve início a turma B, atualmente em andamento, devendo aperfeiçoar mais de 200 militares nos próximos meses. 

A instrução dos praças fica a cargo do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP), unidade de ensino comandada pelo major Jefferson Canuto. Em 2024, apenas pelo CFAP foram qualificados 2.528 policiais, em 11 cursos. Segundo o major, o trabalho realizado demonstra o compromisso com a excelência e o preparo técnico para entregar excelentes policiais militares que defenderão a sociedade.

“Agora, iniciamos um novo ano firmes em nossa missão de formar e aperfeiçoar profissionais que estejam preparados para enfrentar os desafios com responsabilidade, ética e comprometimento. Com dedicação ao processo de ensino, inevitavelmente contribuiremos com um melhor serviço prestado por nossa tropa à sociedade alagoana”, destacou Canuto.

Formada para servir e proteger

A soldado da PM Iza Vitorino ingressou na corporação em abril de 2023. As instruções do seu curso de formação duraram cerca de um ano, com malha curricular composta de 40 disciplinas distribuídas em 1.887 horas-aula. 

Agora formada, ela é uma dos quase mil policiais de sua turma que atuam nas ruas há apenas oito meses, mas já tem se destacado na instituição. Atualmente lotada no Batalhão especializado de Rotam, a soldado Iza recordou o início da sua trajetória.

“O CFP foi uma experiência transformadora, onde pudemos conhecer e vivenciar a camaradagem e a disciplina dentro da nossa briosa instituição, ao tempo em que éramos submetidos a instruções e aquisição de inúmeros novos conhecimentos. Em seguida, já formada soldado, busquei mais aperfeiçoamento no 5º Curso Operacional de Rotam, outro período marcante de grande aprendizado e experiência”, lembrou.

“Hoje, reconheço que grande parte do conhecimento adquirido é fruto da formação que recebi e da contribuição de excelentes profissionais ao longo da trajetória. Vamos nos aperfeiçoando durante a carreira, mas é no início que já absorvemos o principal sobre doutrinas, regulamentos, procedimentos e, principalmente, a como bem servir à sociedade”, completou a soldado Iza. 

Capacitação em Direitos Humanos

Com carga horária de 320 horas e quase seis meses de duração, o Curso de Direitos Humanos (CDH) preparou 31 policiais militares na edição de 2024, concluída no mês de maio.

Durante o período de instruções, os militares analisaram políticas de segurança pública voltadas ao atendimento a grupos vulneráveis, compreendendo doutrinas e ações dos encarregados de aplicação da lei no atendimento à sociedade. 

A malha curricular contou com disciplinas como História e Direito Internacional dos Direitos Humanos, Ética e Cidadania e Atividade Policial Aplicada, entre outras, abordando legislação nacional e internacional inerente ao tema.

Para o comandante-geral da corporação, coronel Paulo Amorim, cada curso é pensado para preencher lacunas, aperfeiçoar práticas e padronizar procedimentos.

“A sociedade demanda uma polícia cada vez mais técnica e conectada a princípios éticos e humanitários, sem deixar de agir com rigor, quando necessário. Os momentos de cursos são oportunidades para troca de conhecimentos e experiências, bem como de definição de protocolos. Cada turma não forma apenas os concluintes, já que estes acabam agindo como multiplicadores, disseminando os conhecimentos”, pontuou Paulo Amorim.