Economia
CNI classifica de 'crônica de uma morte anunciada' a eventual alta da taxa Selic nesta quarta
O eventual aumento da taxa de juros Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom) nesta quarta-feira, 29, é a "crônica de uma morte anunciada", segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Para a entidade, a esperada continuidade do ciclo de alta dos juros "desconsideraria os esforços em curso na política fiscal e na atividade econômica e traria efeitos negativos sobre a criação de emprego e renda".
O Copom conclui nesta quarta a sua reunião, quando anuncia a decisão sobre a taxa Selic. Segundo o Projeções Broadcast, a ampla maioria do mercado espera mais uma elevação dos juros, com alta de um ponto porcentual, para 13,25% ao ano.
"Insistir no aumento da Selic, considerando que já tem embutidos juros reais de cerca de 7%, faz com que o setor industrial adie investimentos essenciais, voltados à modernização ou expansão da sua matriz de produção, deixando de melhorar sua produtividade e desperdiçando oportunidades de contribuir com o crescimento do País", afirma a CNI, em nota divulgada há pouco.
Para a entidade, é preciso considerar a forte desaceleração do impulso fiscal observada desde o segundo semestre de 2024, quando houve queda dos gastos federais em 2,9%, em termos reais. "Essa tendência deve ser mantida em 2025, quando as despesas federais devem ter aumento real de 2,3%, contra aumento próximo a 4% em 2024."
A CNI destaca ainda que o aumento da taxa de juros custa caro para a dívida pública, lembrando que, a cada um ponto porcentual de alta da Selic, o custo da dívida bruta federal aumentará em R$ 50 bilhões, segundo estimativas do próprio Banco Central.
Segundo a CNI, os juros elevados comprometem a atividade econômica e abalam a confiança dos empresários. "Esse cenário de perda de ritmo da atividade econômica, somado às altas nos juros, tem minado a confiança dos empresários industriais. Em janeiro de 2025, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), da CNI, caiu para 49,1 pontos - a quarta queda seguida."
A entidade lembra ainda que o custo de crédito fica ainda mais caro com a subida da Selic, "sendo um impeditivo para a execução de diversos projetos, fazendo com que o Brasil desperdice uma série de oportunidades".
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