Internacional
Chanceler da RDC diz que suposta agressão de Ruanda é 'declaração de guerra'
A ministra das Relações Exteriores da República Democrática do Congo, Thérèse Kayikwamba Wagner, afirmou que as Formas Armadas ruandesas lançaram uma "ofensiva sem precedentes" no leste da RDC, o que representa uma violação da soberania do país e uma "dec
"Enquanto falo diante de vocês, uma ofensiva sem precedentes está em andamento diante do mundo inteiro. Forças ruandesas entraram em nosso território, e isso é uma violação de nossa soberania. Isso é agressão, isso é uma declaração de guerra", disse Wagner durante uma reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
Nos últimos dias, rebeldes do Movimento 23 de Março (M23) lançaram uma ofensiva no estado congolês de Kivu do Norte. No sábado (25), eles dominaram a cidade de Sake e, neste domingo (26), já penetraram em bairros periféricos da capital da região, Goma.
Tanto a RDC quanto a ONU acusam Ruanda de apoiar os rebeldes do M23, mas Kigali nega.
Uma reunião do Conselho de Segurança foi convocada para discutir a escalada do conflito. Nela, Vasily Nebenzya, embaixador russo na ONU, disse que Moscou está profundamente preocupada e condena o acirramento das tensões.
O diplomata notou que a Rússia está "particularmente preocupada" com o uso de sistemas de armas avançados na área de confrontos, bem como artilharia pesada perto de instalações de infraestrutura civil.
A Federação da Rússia também observa com "preocupação" o uso de sistemas de guerra eletrônica, que representam uma ameaça à aviação civil, e expressa seu pesar pela morte dos soldados de manutenção de paz da ONU.
"Infelizmente, a missão de estabilização da ONU [MONUSCO] na RDC já está sofrendo perdas. Expressamos nossas condolências às famílias dos soldados da paz da África do Sul e Uruguai que morreram, bem como aos governos desses países."
Secretário-geral da ONU se manifesta
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu aos militares de Ruanda que parem de apoiar os rebeldes do M23 e se retirem do território da RDC, informou o porta-voz Stéphane Dujarric neste domingo.
"Ele pede ao M23 que cesse imediatamente todas as ações hostis e se retire das áreas ocupadas. Ele também pede às Forças de Defesa de Ruanda que cessem o apoio ao M23 e se retirem do território da RDC", disse a declaração.
O secretário-geral também pediu às partes que respeitassem o acordo de cessar-fogo, reafirmou o apoio das Nações Unidas ao processo de Luanda e apelou para uma retomada imediata das negociações dentro dessa estrutura.
Kinshasa e Kigali aceitam reunião
O presidente do Quênia, William Ruto, anunciou que os líderes de Ruanda, Paul Kagame, e da República Democrática do Congo, Félix Tshisekedi, aceitaram participar de uma cúpula extraordinária da Comunidade da África Oriental (EAC) dentro das próximas 48 horas.
O Quênia e Angola compartilham preocupações com a escalada do conflito no leste da RDC. Em 2022, o presidente angolano João Lourenço realizou uma cúpula com os dois países, onde Tshisekedi e Kagame concordaram em acalmar as tensões entre as nações.
De acordo com uma declaração do gabinete do presidente congolês, o roteiro exigia uma cessação imediata das hostilidades e uma retirada imediata e incondicional dos militantes do M23 de posições na RDC. No entanto, os rebeldes do M23 disseram que não se consideravam obrigados a cumprir o roteiro.
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