O deputado estadual Ronaldo Medeiros (PT) se manifestou com contundência sobre o escândalo envolvendo o Fundo Eleitoral do PT em Alagoas. Em suas declarações, Medeiros destacou a falta de transparência no processo de aprovação dos contratos e a omissão da Executiva Estadual do partido diante das denúncias. Ele também revelou que não votou a favor da proposta de contratação, apontando irregularidades na condução da reunião.

Críticas à falta de transparência

De acordo com Medeiros, a votação ocorreu sem o tempo necessário para análise adequada, já que os dados sobre os contratos foram enviados em cima da hora, por meio de uma planilha distribuída via WhatsApp. “Eu estava na votação e não votei na proposta aprovada de contratação. Até porque foi distribuído na hora da reunião via WhatsApp uma planilha com valores. O que impediu de realizar qualquer análise e sem transparência”, afirmou o parlamentar, que também vota na Executiva Estadual do PT como líder do partido na Assembleia Legislativa de Alagoas.

Denúncias abafadas pela Executiva do PT

Medeiros não poupou críticas à Executiva Estadual, que, segundo ele, tem se omitido diante das graves denúncias. “Inaceitável é a Executiva do partido não abrir processo para apurar. Além de várias denúncias, existem três prestações de contas indeferidas pelo TSE do PT Alagoas, que terá que devolver mais de 1 milhão de reais”, declarou.

Ele também relembrou que o caso já foi denunciado ao Ministério Público Estadual e Federal, reforçando a necessidade de investigação. Para Medeiros, a postura de abafar as acusações compromete ainda mais a credibilidade do partido.

Contexto do escândalo

O caso ganhou repercussão após a revelação de que Ricardo Barbosa, presidente do PT em Alagoas, teria contratado o escritório de advocacia de seu próprio filho para prestar serviços ao partido, com a aprovação da Executiva Estadual. A atitude gerou críticas internas, especialmente por seu caráter moralmente imprudente, e abriu espaço para denúncias de possíveis desvios de recursos.

O deputado federal Paulão, também envolvido no episódio, tentou justificar as decisões em declarações à imprensa, mas suas explicações foram consideradas insuficientes. Paulão afirmou que não houve desvio de recursos, mas admitiu a fragilidade moral do contrato. “Será prudencial ter colocado o filho? A decisão foi aprovada na Executiva do partido com todas as suas tendências”, justificou, tentando minimizar sua responsabilidade.

Uma crise ética sem solução à vista

As declarações de Ronaldo Medeiros intensificam as críticas à gestão do PT em Alagoas e à condução das decisões pela Executiva Estadual. Para o parlamentar, o partido precisa enfrentar as denúncias com seriedade e transparência, sob pena de agravar ainda mais a crise de credibilidade.

Enquanto isso, o escândalo continua a manchar a imagem do partido e a alimentar desconfianças sobre a real transparência na utilização dos recursos públicos destinados ao Fundo Eleitoral. A pressão por investigações e mudanças internas aumenta, mas as respostas concretas ainda parecem distantes.