Internacional

Parlamento da Venezuela pedirá prisão imediata Edmundo González caso ele retorne ao país

A Assembleia Nacional da Venezuela, parlamento unicameral do país, solicitará a prisão imediata de Edmundo González se ele entrar no país, anunciou o presidente do órgão legislativo, Jorge Rodríguez, neste domingo (5).

05/01/2025
Parlamento da Venezuela pedirá prisão imediata Edmundo González caso ele retorne ao país
Foto: © AP Photo / Matilde Campodonico

Asilado na Espanha desde que se recusou a reconhecer o resultado eleitoral da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), González iniciou no sábado (4) um tour por países americanos em busca de apoio a sua autoproclamação como presidente da Venezuela.

Em falas, Edmundo González Urrutia reforçou que retornará ao país tomar posse no lugar de Nicolás Maduro. As falas foram classificadas como "uma série de bobagens" pelo líder do parlamento venezuelano Jorge Rodríguez.

"Ele vem dizendo uma série de bobagens, inclusive dizendo que retornará à República Bolivariana da Venezuela. Somos obrigados a contribuir com a Procuradoria Geral da República [...] solicitaremos, se ele tocar em um único centímetro de terra na República Bolivariana da Venezuela, sua prisão imediata por violar a Lei Orgânica Simón Bolívar", disse Rodríguez.

Em seu tour, González já se encontrou com o presidente da Argentina, Javier Milei, e com o uruguaio, Luis Lacalle Pou. Ele ainda se encontrará com o presidente norte-americano Joe Biden e visitará o Panamá e a República Dominicana antes de, supostamente, prosseguir para a posse na Venezuela.

A posse presidencial venezuelana está marcada para acontecer na próxima sexta-feira (10). Segundo os dados do CNE, Maduro foi reeleito com 51,20% dos votos contra 44,2% de González.

O opositor clamou vitória ao apresentar atas paralelas de votação. Para entender o caso, o Ministério Público convocou todos os dez candidatos para prestar depoimento, mas González se recusou a comparecer.

Desde então ele foi acusado de usurpação de funções, falsificação de documento público, instigação à desobediência de leis, formação de quadrilha, sabotagem para danificar sistemas, associação criminosa, traição à pátria e lavagem de dinheiro.

González recebeu um salvo-conduto para se exilar na Espanha e, antes de sair do país, assinou um documento em que reconhecia sua derrota eleitoral. Assim que chegou ao país europeu, no entanto, começou a discursar contra o governo venezuelano e se autoproclamou vencedor do pleito.

O ministro das Relações Interiores, Justiça e Paz, Diosdado Cabello, garantiu que não há possibilidade de González regressar ao país sem responder à justiça pelos crimes imputados.

Da mesma forma, Rodríguez afirmou ex-líderes latino-americanos que entrarem ilegalmente no país serão considerados "persona non grata" e serão tratados como "invasores" em solo venezuelano.

O líder do parlamento fez referência aos ex-presidentes membros do Grupo IDEA (Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas), que pretendem acompanhar González em sua tentativa de entrar na Venezuela no dia 10 para ser empossado.

Antes, os ex-presidentes se encontrarão com o opositor no Panamá em 8 de janeiro. São eles: Felipe Calderón e Vicente Fox, do México; Mario Abdo Benítez, do Paraguai; Jorge Quiroga, da Bolívia; Jamil Mahuad, do Equador, e Mireya Moscoso e Ernesto Pérez-Balladares, do Panamá.

"Virão sem ter qualquer tipo de autorização das autoridades legítimas da Venezuela para entrar no território, portanto, na primeira sessão da Assembleia Nacional de terça-feira (7) solicitarei que esse bando de traidores seja declarado persona non grata [...] isso não pode ser considerado nada além de um ato de invasão e eles serão tratados como invasores."

Por Sputinik Brasil