De acordo com um estudo publicado na revista Plos One, pesquisadores identificaram o primeiro túmulo conhecido de uma mulher enterrada com armas, datado do período da Conquista Húngara, o que abriu novas perspectivas sobre a participação das mulheres em atividades militares nas sociedades medievais da Europa Central.

O túmulo encontrado no cemitério de Sarretudvari–Hizofold, na Hungria, continha um conjunto de artefatos que o distingue dos demais: um arco com uma placa de chifre, fragmentos de flecha, uma aljava, bem como joias femininas típicas, como um anel de cabelo de prata e contas de vidro e pedras semipreciosas.

A disposição dos objetos e a posição do corpo levemente curvado — embora muito deteriorado, definido como feminino por testes genéticos — são incomuns em cemitérios daquela época, reforçando ainda mais a singularidade deste achado.

De acordo com os pesquisadores, um sepultamento feminino nunca havia sido encontrado antes com um conjunto completo de armas nesta região, levantando questões sobre os papéis que essas mulheres podem ter desempenhado na sociedade húngara.

Os pesquisadores descrevem que, pela análise dos restos ósseos, a mulher apresentava sinais de osteopenia, uma perda de massa óssea comum em mulheres mais velhas, bem como ferimentos cicatrizados sugerindo traumas anteriores, marcas que podem estar relacionadas a atividades físicas intensas, como manuseio de armas ou práticas equestres — atividades comuns à vida dos guerreiros da época.

Embora a arqueologia tenha documentado sepulturas femininas com armas em outras regiões e períodos, os pesquisadores asseguram que esse fenômeno é extremamente raro na bacia dos Cárpatos. Para além disso, a presença de armas ao lado de joias femininas indica que essa mulher pode ter desempenhado vários papéis, do doméstico ao militar ou simbólico.