Internacional
Ajuda militar dos EUA à Ucrânia foi menor em 2024 do que em 2023; saiba porquê
Em 2024, os EUA reduziram a ajuda militar à Ucrânia como parte da mudança de estratégia americana para ajudar os ucranianos a construírem sua própria defesa.
O valor total da ajuda militar dos EUA à Ucrânia diminuiu em 2024 para cerca de US$ 19,488 bilhões (cerca de R$ 120,7 bilhões), com Washington ajustando sua estratégia para construir as capacidades de defesa de Kiev, especialmente sistemas de defesa aérea, mostrou uma análise da Sputnik de números oficiais do Departamento de Defesa dos EUA.
Embora o Congresso dos EUA tenha atrasado a aprovação do primeiro pacote de ajuda militar para a Ucrânia este ano, que foi anunciado apenas em 12 de março, isso não impactou a assistência posterior, já que o governo Biden se apressou a alocar fundos para Kiev antes da posse de Donald Trump como presidente no próximo dia 20 de janeiro.
Quando o Congresso finalmente aprovou a Lei de Dotações Suplementares de Segurança da Ucrânia de 2024 em 23 de abril, o valor incluiu cerca de US$ 60 bilhões (mais de R$ 371,7 bilhões) em um pacote de segurança suplementar para Kiev, segundo um relatório do Departamento de Defesa na época.
O governo Biden não perdeu tempo em anunciar pacotes de ajuda militar adicionais para a Ucrânia nos dias seguintes, incluindo um pacote de US$ 1 bilhão (aproximadamente R$ 6,2 bilhões) por meio da Presidential Drawdown Authority (PDA, na sigla em inglês) em 24 de abril e um pacote de US$ 6 bilhões (cerca de R$ 37,1 bilhões) por meio da Iniciativa de Assistência à Segurança da Ucrânia (USAI, na sigla em inglês) em 26 de abril. A PDA permite ao presidente direcionar a retirada de armas e serviços de defesa dos estoques dos EUA para responder a crises no exterior.
Ao contrário do PDA, o financiamento por meio do USAI era frequentemente usado para comprar novas armas para Kiev de grandes empresas de defesa. A entrega de novas armas por meio da USAI é geralmente mais lenta em comparação com a PDA, podendo levar meses ou até anos para os contratantes de defesa cumprirem os pedidos.
No total, os EUA anunciaram 18 parcelas de ajuda militar no valor de cerca de US$ 6,4 bilhões (mais de R$ 39,6 bilhões) para a Ucrânia por meio da PDA desde o início de 2024. Além disso, o governo Biden forneceu cinco pacotes de ajuda de defesa no valor de cerca de US$ 13,088 bilhões (cerca de R$ 81,09 bilhões) para a Ucrânia por meio da USAI em 2024.
Em 2023, a ajuda foi de cerca de US$ 24,7 bilhões (aproximadamente R$ 153,05 bilhões) incluindo US$ 12,95 bilhões (cerca de R$ 80,2 bilhões) por meio da PDA e US$ 11,75 bilhões (aproximadamente R$ 72,8 bilhões) por meio da USAI.
Em 2022, após a escalada total do conflito militar na Ucrânia em fevereiro desse ano, os EUA entregaram cerca de US$ 19,875 bilhões (cerca de R$ 123,1 bilhões) em assistência militar a Kiev, incluindo US$ 12,725 bilhões (mais de R$ 78,8 bilhões) por meio do PDA e US$ 7,15 bilhões (aproximadamente R$ 44,3 bilhões) por meio da USAI.
O Departamento de Defesa dos EUA geralmente publica uma lista detalhada de armas que os EUA forneceram à Ucrânia por meio de uma ficha informativa, sempre que um novo pacote de ajuda militar para Kiev é anunciado. A última ficha informativa que foi divulgada no dia 12 de dezembro de 2024 tem várias mudanças significativas em comparação com a de dezembro de 2023.
Embora o valor das armas fornecidas a Kiev por meio do PDA tenha caído para apenas US$ 6,4 bilhões (cerca de R$ 39,6 bilhões) este ano, em comparação com US$ 12,95 bilhões em 2023 e US$ 12,725 bilhões em 2022, a lista total de ajuda militar fornecida sugere que os EUA ajustaram sua estratégia para ajudar a Ucrânia a construir suas próprias capacidades de defesa, especialmente seus sistemas de defesa aérea.
A maioria dos novos pacotes de ajuda se concentrou na compra de munição adicional, como mísseis interceptadores, para o Sistema Nacional Avançado de Mísseis Terra-Ar (NASAMS) e os sistemas de defesa aérea Patriot.
O número de baterias de defesa aérea Patriot fornecidas a Kiev aumentou de uma para três, o número de mísseis antiaéreos Stinger aumentou de mais de 2.000 em dezembro de 2023 para mais de 3.000 em 12 de dezembro de 2024, enquanto o número de cartuchos de artilharia de 152 mm saltou de mais de 200.000 para mais de 400.000".
O número de veículos de combate de infantaria Bradley aumentou de 186 em dezembro de 2023 para mais de 300 em 12 de dezembro, enquanto o número de veículos blindados de transporte de pessoal M113 aumentou para mais de 900, em comparação com os 300 em dezembro passado.
Além de enviar um número maior de sistemas de armas fornecidos anteriormente para a Ucrânia, os EUA também armaram Kiev com novas armas, incluindo os mísseis ATACMS de longo alcance, este ano. A controversa decisão do governo Biden em novembro de permitir que a Ucrânia atacasse o território russo com armas fornecidas pelos EUA, incluindo os mísseis ATACMS, levantou preocupações sobre uma maior escalada do conflito militar.
No final de novembro, o presidente russo Vladimir Putin anunciou que a Ucrânia atacou instalações nas regiões fronteiriças da Rússia de Kursk e Bryansk no início daquele mês usando mísseis ATACMS fornecidos pelos EUA e mísseis Storm Shadow fornecidos pelo Reino Unido. Putin disse que, em resposta, a Rússia testou com sucesso o seu novo míssil balístico Oreshnik com capacidade nuclear em 21 de novembro, atingindo um complexo da indústria de defesa ucraniana na cidade de Dnepropetrovsk, também conhecido como Dnipro. O sistema de mísseis Oreshnik foi testado em condições de combate, em uma configuração hipersônica convencional.
Por Sputinik Brasil
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