Internacional
Mídia: economia da Argentina sai da recessão, mas desafios do governo de Javier Milei permanecem
Após testemunhar uma expansão de 3,9% do produto interno bruto (PIB) no terceiro trimestre, analistas de mercado acreditam que o desafio do governo argentino agora é garantir um crescimento duradouro e sustentável.
A equipe do presidente argentino Javier Milei pode comemorar os resultados do desempenho econômico do país em 2024 em seu difícil combate travado contra a recessão que assola o país desde o final de 2023.
Em uma análise da agência de estatísticas do país ainda na segunda-feira (16), de julho a setembro o PIB argentino expandiu 3,9%, o primeiro trimestre de crescimento após o início da recessão, quando no mesmo período o PIB havia retraído 2,1%.
Ao completar um ano de governo, Javier Milei pode comemorar e defender as polêmicas medidas que adotou ao longo de seu mandato para tentar tirar o país do buraco cada vez mais profundo em que havia se enfiado. Foram inúmeros cortes de gastos e medidas vistas como desesperadas para reduzir o índice inflacionário no país, que já tinha chegado aos três dígitos.
Causada em grande medida pela emissão de moeda para financiar os gastos do governo, a crise argentina era alimentada sobretudo por uma forte inflação que ampliou a taxa de pobreza no país para 53% no primeiro bimestre de 2024.
De acordo com o Financial Times (FT), o JPMorgan avaliou que a economia da Argentina deve terminar 2024 com uma contração anual de 3%, mas que em 2025 um crescimento de 5,2% tem sido projetado para o país sul-americano, retomando índices de 2021.
Ainda assim, o padrão de vida do povo argentino tem sido o ponto-chave para uma avaliação do sucesso da política econômica do país. Segundo analistas que falaram com a apuração do FT, garantir que esta recuperação econômica — impulsionada em grande medida pelos gastos ao consumidor e exportações agrícolas e de mineração — seja duradoura, é o maior desafio do governo.
A Argentina ainda precisa fazer um esforço para suspender os controles de capital e moeda que impedem a chegada do investimento estrangeiro direto e acabam fazendo com que o Banco Central não construa reservas robustas. Na prática, o crescimento argentino passa pela percepção de que será sentido de formas diferentes e em diferentes setores. Caso esta percepção não seja sentida pelas famílias, é possível que a imagem política do governo se complique apesar do sucesso obtido neste trimestre.
Por Sputinik Brasil
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