Internacional
Scholz recebe voto de desconfiança do Bundestag; Alemanha terá eleições antecipadas
O chanceler alemão, Olaf Scholz, recebeu voto de desconfiança do parlamento unicameral alemão neste segunda-feira. Dos 733 votos da Bundestag, o político recebeu apenas 207 a favor. Os contrários somaram 394 e outros 116 se abstiveram.
Agora é esperado que o chanceler federal alemão se encontre com o presidente do país, Frank-Walter Steinmeier, e peça a dissolução do parlamento. Conforme os procedimentos legislativos do país, Scholz tem 21 dias para realizar a solicitação, com novas eleições acontecendo dentro de 60 dias.
Cabe a Steinmeier decidir quando serão realizadas novas eleições, mas as lideranças políticas alemães concordam que a data de 23 de fevereiro de 2025 é um bom momento para o pleito.
O movimento político não foi inteiramente recebido negativamente por Olaf Scholz, que vê na ocasião uma oportunidade para renovar sua base eleitoral ao adotar pautas nacionalistas como os problemas na industrialização do país e a ajuda militar à Ucrânia.
Em documento de campanha, o partido de Scholz, Social Democrata, afirmou que não fornecerá mísseis Taurus à Kiev. A negativa vem em direta oposição às recentes declarações do principal concorrente do chanceler, Friedrich Merz, da União Democrata-Cristã. que afirmou que dará um "ultimato" à Rússia.
A perda de confiança na liderança de Scholz ocorre após uma cisão na sua base governista, conhecida internamente como coalizão semáforo por ser composta por partidos com as cores vermelha, amarela e verde.
Em novembro Scholz demitiu o ministro das Finanças Christian Linder alegando discordâncias nas questões orçamentárias. Dessa forma, o político perdeu o apoio do Partido Democrata Liberal (FDP), restando apenas seu partido Social Democrata e o Partido Verde, que se absteve no voto de desconfiança por ter ambições próprias à chancelaria federal.
Essa é a quarta vez na história da Alemanha pós-Segunda Guerra Mundial que eleições antecipadas são convocadas. A última vez que isso aconteceu foi em 2005 e abriu caminho para o governo de 16 ano de Angela Merkel (CDU).
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