Internacional
Olaf Scholz pode ver seu mandato ruir em votação na segunda-feira (16) no Bundestag; entenda
Um voto de confiança no chanceler alemão Olaf Scholz será realizado no Bundestag na próxima segunda-feira (16). Os resultados determinarão se o parlamento alemão será dissolvido e novas eleições acontecerão em fevereiro, ou se uma nova coalizão será forma
Com o fim da aliança com o Partido Democrático Liberal (FDP), a chamada coalizão semáforo que dava suporte ao governo de Scholz se desfez, precipitando a decisão do chanceler de realizar um voto de confiança no governo, programado para a próxima segunda-feira (16).
Se tudo correr bem para o político do Partido Social-Democrata (SPD), Scholz poderá iniciar negociações de coalizão com novos partidos como líder de um governo minoritário, que já conta com o Partido Verde.
Os deputados do SPD foram direcionados a expressarem confiança em Scholz na votação. A recomendação é esperada uma vez que o atual chanceler é o candidato do partido à liderança do governo.
Mas a situação não é tão clara com outras facções do Bundestag. O Partido Verde, por exemplo, pretende se abster de votar. Se por um lado os ambientalistas não estão prontos para cortar abertamente com o governo de Scholz, por outro eles próprios tem ambições à chancelaria federal na figura do atual ministro das Finanças, Robert Habeck.
Também é possível que o partido tenha levado a sério as promessas do principal oponente de Scholz, o chefe da União Democrata Cristã (CDU), Friedrich Merz. Ele havia declarado anteriormente que, se eleito chanceler, permitiria um governo de coalizão no qual Habeck se tornaria novamente o ministro das Finanças.
No entanto, o movimento político mais inesperado pode ser o voto da Alternativa para a Alemanha (AfD) em favor de Scholz como modo de combater a rápida escalada de Mertz. Assim, o copresidente do partido Tino Krupalla permitiu que vários deputados da AfD pudessem votar favoravelmente no chanceler.
Anteriormente, Merz expressou sua prontidão, se eleito chanceler, para emitir um ultimato à Rússia. Ou se encerram os ataques a infraestrutura ucranianas em 24 horas, ou Berlim fornecerá os mísseis de longo alcance Taurus à Kiev. Em seu primeiro discurso frente essa disputa eleitoral, Scholz apelou a Merz para não jogar "roleta russa" com a segurança da Alemanha.
O voto de confiança é uma consequência da crise governamental que a Alemanha enfrentou no início de novembro, após o ministro das Finanças, Christian Lindner (FDP), ter sido demitido por insistência de Scholz.
Entre os motivos para essa decisão, ele citou a relutância deste último em aprovar tanto um aumento nos gastos com apoio à Ucrânia quanto domésticos.
A data para uma possível eleição antecipada devido à possível falta de confiança no governo está marcada para 23 de fevereiro de 2025. Esse cenário é tido como o mais provável por analistas alemães, uma vez que há consenso quase universal no Bundestag sobre a necessidade de se antecipar as eleições.
Se esse for o caso, será a quarta vez na história da Alemanha pós-Segunda Guerra Mundial que eleições antecipadas são convocadas.
Um chamado voto construtivo de desconfiança também é provável - a remoção do atual governo liderado por Scholz pela nomeação de um novo candidato por uma decisão da maioria parlamentar. No entanto, os especialistas também consideram este cenário improvável, razão pela qual a opção de realizar eleições antecipadas é mais esperada.
Tanto no caso de eleições antecipadas quanto de um voto de confiança, Scholz terá que procurar maneiras possíveis de construir uma coalizão na qual ele permanecerá no poder. E em ambos os casos, esse caminho passa por negociações com a CDU e Merz pessoalmente.
Por Sputinik Brasil
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