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Professores e alunos se unem para preservar a Língua Indígena Pataxó de Sinais

Apesar do reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais (Libras) para surdos não-indígenas, o país ainda precisa avançar no registro e oficialização das Línguas Indígenas de Sinais (LIS). A comunidade da aldeia Pataxó Coroa Vermelha, no município de Santa

David Kaique Rodrigues dos Santos 29/11/2024
Professores e alunos se unem para preservar a Língua Indígena Pataxó de Sinais
O professor David acredita que as Línguas Indígenas de Sinais (LIS) são fundamentais para a formação escolar dos indígenas surdos, porque representam sua identidade cultural. - Foto: Leo Otero/Ministério dos Povos Indígenas.

David Kaique Rodrigues dos Santos, indígena da etnia Pataxó Hãhãhãe, é professor de Língua Brasileira de Sinais (Libras) na escola indígena Pataxó Coroa Vermelha, no município de Santa Cruz Cabrália, no estado brasileiro da Bahia (BA). David é mestre em Relações Étnicas e Contemporaneidade pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) e realizou uma pesquisa intitulada "Língua Indígena Pataxó de Sinais: um enfoque na formação escolar dos alunos indígenas pataxós surdos”. O estudo foi feito na escola Pataxó Coroa Vermelha e no Colégio Estadual Indígena, ambas instituições da aldeia Pataxó Coroa Vermelha, e contou com a participação da aluna Karina Bispo da Silva.

As entrevistas foram realizadas em parceria com a tradutora intérprete da Libras, Fernanda Fernandes, da professora do Atendimento Educacional Especializado (AEE) Rosinete Pereira Silva Matos, da professora indígena surda Shirley Vilhalva. Além de professores e da direção das escolas. Segundo o pesquisador, o grupo envolvido no trabalho conseguiu discutir e inserir a pauta das LIS e, em específico, a Língua Indígena Pataxó de Sinais (LIPS), do ambiente local de seu território ao nacional em eventos no Brasil e no exterior.

Ele considera que as Línguas Indígenas de Sinais (LIS) são fundamentais para a formação escolar dos indígenas surdos, porque representam sua identidade cultural. Além disso, o ensino por meio da língua de sinais é uma forma de garantir a inclusão e formação completa dos indígenas surdos, respeitando os territórios, as culturas e os idiomas originários.

“Reunimos indígenas surdos e indígenas ouvintes de diferentes povos e regiões do Brasil para o movimento em prol da revitalização, preservação e valorização das Línguas Indígenas de Sinais no Brasil contribuindo para a educação de indígenas surdos nas comunidades originárias”, relatou.

Confira o vídeo abaixo em que o professor David Kaique Rodrigues é entrevistado por alunos da Escola Indígena Pataxó Coroa Vermelha e conheça mais sobre a Língua Indígena Pataxó de Sinais.


G20 e as línguas indígenas

Ao longo do ano, a Comunicação do G20 desenvolveu várias parcerias com comunidades indígenas de várias etnias para tornar o conteúdo do site acessível aos povos originários. Além de publicar conteúdos produzidos pelos próprios indígenas, o E-book do G20 contou com uma tradução para o idioma guarani. O que deu visibilidade mundial à língua falada atualmente por mais de 26 mil pessoas e que faz parte do tronco linguístico Tupi. O guarani é uma das mais de cem línguas indígenas do país.