Brasil
Da agricultura à indústria aeroespacial: ministro da UEE destaca perspectiva econômica com o Brasil
Em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil, o ministro de Cooperação Alfandegária da União Econômica Euroasiática (UEE), Ruslan Davydov, comentou as perspectivas de cooperação econômica com o Brasil.
Nos nove primeiro meses de 2024, o Brasil alcançou a marca recorde de US$ 1 bilhão (R$ 5,8 bilhões) em produtos agrícolas exportados para os países da UEE, bloco econômico composto por cinco países: Rússia, Belarus, Cazaquistão, Quirguistão e Armênia, totalizando um mercado de 190 milhões de pessoas.
Os países euroasiáticos abriram também, neste ano, seus mercados para novos produtos agropecuários do Brasil: erva-mate, amêndoas de cacau, suínos vivos, sêmen e embriões bovinos ("in vivo" e "in vitro"), e bovinos vivos reprodutores e de produção.
Em entrevista à Sputnik Brasil, Ruslan Davydov, ministro de Cooperação Alfandegária da UEE, afirma que o bloco vê com bons olhos a perspectiva de crescimento do comércio com o Brasil, inclusive em outras áreas, como a siderurgia, microeletrônica e a indústria aeroespacial.
"O Brasil tem uma economia muito diversificada, tem a indústria aeroespacial, produção de aço e até microeletrônicos. Por isso acho que as perspectivas são muito proeminentes, porque hoje a Federação da Rússia presta muita atenção ao desenvolvimento industrial."
Davydov explica que a Rússia é o núcleo da União Euroasiática, responsável por 85% do comércio e 85% dos resultados econômicos do bloco. Por isso, a relação entre Moscou e Brasília, especialmente através do BRICS, é muito importante para o desenvolvimento de maiores laços entre o Brasil e os demais países da região.
"A última reunião em Kazan, na Rússia, mostrou que os países do BRICS estão muito interessados em desenvolver relações internacionais", disse. "E um dos tópicos foi apenas os pagamentos internacionais por meio das instituições do BRICS."
"E se o BRICS for capaz de desenvolver algumas alternativas ao sistema financeiro atual, isso ajudará a desenvolver relações não apenas entre a União Eurasiática e os países BRICS, mas em todo o mundo."
Fronteiras dividem, a alfândega une
Presente no Brasil para participar do encontro anual da Organização Mundial das Alfândegas, Davydov ressalta à Sputnik Brasil que as alfândegas têm um papel fundamental no aprimoramento do comércio e desenvolvimento econômico dos países.
"Nosso lema é que as fronteiras dividem, mas a alfândega une."
Nesse sentido, uma das tarefas mais importantes é a harmonização dos procedimentos alfandegários, o que garante uma maior celeridade no processamento de produtos.
No evento deste ano, um dos tópicos mais abordados é o uso de novas tecnologias para acelerar esses procedimentos alfandegários.
"As tecnologias disruptivas de hoje podem cortar até 50 horas do tempo de movimentação das mercadorias. Isso é muito tempo, são dois dias. Você está acelerando o comércio internacional e auxiliando o crescimento dos países."
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