Alagoas
SSP reúne lideranças religiosas e ativistas antirracistas para roda de conversa em Maceió
Promovendo um diálogo sobre a equidade racial e liberdade religiosa, a Secretaria de Estado da Segurança Pública promoveu, na manhã desta quarta-feira (13) uma roda de conversa para profissionais das forças policiais e de salvamento de Alagoas. O evento, coordenado pela Chefia de Ensino Integrado (Chei), ocorreu no plenário Desembargador Antônio Nunes de Araújo do Tribunal de Justiça de Alagoas, no Centro de Maceió.
Durante o encontro, duas rodas de diálogo foram instituídas com integrantes da sociedade. Na primeira, quando foram explanadas informações sobre a pluralidade e diversidade religiosa, participaram do encontro a sacerdotisa de Umbanda do Ilê Axé Oxum Aladê e Oxalufã, mãe Renata de Oxum; o administrador da Paróquia Nossa Senhora das Graças, na Levada, padre Gilvan Neves; o teólogo pluralista e pastor Jeyson Rodrigues, da Igreja Batista Nazareth; e o médium orador espírita Victor José, da Comunidade Espírita Nosso Lar.
A mesa de conversa foi mediada pelo desembargador Tutmés Airan, coordenador de Direitos Humanos do TJ-AL. Ele parabenizou o evento organizado pela SSP e reforçou a importância das discussões sobre as temáticas.
“Faz tempo que eu não participo de um evento desse. Enfrentou magnificamente um tema difícil que é a questão da religião e da necessidade da pluralidade religiosa e do respeito. De modo que eu saio daqui enriquecido pela qualidade do debate, pela fala dos participantes. E acho que para o público, esse evento foi muito bom, porque ele também tocou na alma das pessoas. Vivemos numa sociedade plural, mas essa pluralidade precisa ser praticada. Não adianta você apenas e tão somente sustentar isso verbalmente, você precisa praticar isso. E uma das manifestações mais importantes dessa prática é na conexão com o divino e respeitando o divino do outro”, afirmou o magistrado.
A segunda roda de conversa contou com a participação dos membros da Comissão de Promoção de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Alagoas, Mayara Cavalcanti, que também é ativista antirracista e em defesa dos Direitos Humanos e cofundadora do projeto Alamòjú Educacional; e Pedro Gomes, empresário e coordenador do Núcleo de Advocacia Racial do Instituto Negro de Alagoas (Ineg/AL).
Eles discursaram sobre os preconceitos enraizados contra a população negra desde o período da colonização, realidades enfrentadas por este público na atualidade e conscientizaram sobre a promoção de valores democráticos, sensibilizando os presentes para a formalização de ações institucionalizadas em prol do combate a qualquer tipo de discriminação.
De acordo com a coordenadora do evento, sargento Meijores Tenório, o objetivo do evento leva à formação de cidadãos conscientes cada vez mais engajados na construção de uma sociedade mais equitativa. “Hoje no nosso dia a dia, seja na parte operacional ou administrativa, nós sempre lidamos com as diferenças. E é importante nós discutirmos isso, dialogarmos e repensarmos nosso posicionamento”, disse.
A chefe de Ensino da SSP, major Joyce Bezerra, também reforçou o empenho da SSP em ajudar na desconstrução de preconceitos.
“O evento é de suma importância, principalmente numa sociedade racista, desigual, onde a gente percebe a presença de tanta intolerância ao diferente. E como nós somos uma célula da sociedade, como Segurança Pública, infelizmente, esses preconceitos estão presentes, e até um desconhecimento sobre a crença do outro, a religiosidade do outro. E eu acabo criando esses estereótipos, preconceitos. O encontro foi justamente para esclarecer, desmistificar esses preconceitos e tratar da temática do racismo com clareza e transparência, para que a gente possa ter uma segurança pública ainda mais humanizada”, afirmou ela.
O evento temático também contou com a apresentação do coral do Tribunal de Justiça e com a participação da chefe de Políticas de Segurança à Mulher da SSP, coronel Camila Paiva; da perita-geral da Polícia Científica, Rosana Coutinho; da titular da Delegacia Especial dos Crimes contra Vulneráveis Yalorixá Tia Marcelina, delegada Rebecca Cordeiro; do diretor de Saúde do Corpo de Bombeiros Militar, coronel Helder Santana; e do diretor do Instituto Negro de Alagoas e professor de Direito Penal, Leandro Rosa.
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