Política
PT alagoano e o "batom na cueca": debate sobre Fundo Eleitoral ganha tom moral
A direção do PT em Alagoas enfrenta um dilema que vai muito além das leis que regem o uso do fundo eleitoral e partidário. A questão aqui não é a legalidade, mas a moralidade. Os recursos destinados a familiares de dirigentes e aliados são um fato incontestável — um verdadeiro "batom na cueca" que, para muitos, nem precisa de defesa jurídica, mas de uma explicação ética. A conduta que a direção estadual do PT vem adotando, especialmente na figura do presidente Ricardo Barbosa, levanta dúvidas sobre o compromisso do partido com os valores que prega publicamente.
Ricardo Barbosa recentemente anunciou processos contra o jornalista Berg Morais e o advogado Welton Roberto, ambos críticos da condução do partido no Estado. No entanto, para muitos, a resposta do presidente foge do ponto central. A crítica não é apenas uma questão de ataque pessoal ou retaliação; ela evidencia uma crise interna que vai corroendo a imagem do PT, cada vez mais afastado da base que pretende representar.
Moralidade em questão
O problema, amplamente discutido nos bastidores, não é o uso de recursos do fundo eleitoral para fins partidários — o que está amparado legalmente. A questão mais profunda, e que descontenta muitos, é o uso desses recursos em benefício de familiares e aliados de lideranças, especialmente num contexto onde o PT sofreu sucessivas derrotas e vive um período de escândalos e rupturas internas. O diretor estadual do PT tem mantido uma postura defensiva, mas o que muitos alagoanos enxergam é uma derretimento de seus dirigentes que se desmancham ao tentar ocultar práticas que desagradam eleitores e minam a legitimidade do partido.
PT Alagoano: sem autoanálise, sem renovação
A direção estadual, composta majoritariamente por figuras que há décadas estão no partido, parece relutante em realizar uma autoanálise. Como sugeriu o jornalista Odilon Rios, há uma insistência em procurar culpados “nos subterrâneos da política”, em vez de enfrentar os problemas internos. E essa falta de renovação gera uma dinâmica de caça às bruxas, onde se recusa qualquer questionamento, preferindo atacar os críticos do que revisar as próprias práticas.
Com isso, o PT alagoano vive sob o que poderia ser chamada de "Maldição de Ló": um partido que insiste em olhar para trás, preso a velhas práticas e nomes, incapaz de seguir em frente e atender aos novos anseios de seus eleitores. Enquanto não houver uma renovação genuína e uma postura aberta à crítica e à autorreflexão, o PT de Alagoas correrá o risco de permanecer em franca decadência — "uma estátua de sal", resistindo à mudança e desmoronando aos poucos.
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