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Qual é o nome do cantor Leonardo, que foi incluído na 'lista suja' do trabalho escravo pelo Ministério do Trabalho

Fiscalização diz ter encontrado funcionários em condições análogas à de escravidão na Fazenda Talismã, que pertence ao sertanejo; defesa diz que área estava arrendada

Agência O Globo - 07/10/2024
Qual é o nome do cantor Leonardo, que foi incluído na 'lista suja' do trabalho escravo pelo Ministério do Trabalho
Foto: Reprodução / Instagram

Emival Eterno da Costa. Este é um dos nomes incluídos na , do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Emival é o nome verdadeiro do cantor sertanejo , 61 anos. O relatório mostra que os seis funcionários pernoitavam em uma casa abandonada, sem água potável e sem banheiro na Fazenda Lakanka, que também pertence à Talismã, propriedade do cantor avaliada em R$ 60 milhões, localizada em , interior de Goiás. As camas eram improvisadas com tábuas de madeira e galões de agrotóxicos. O arquivo do MTE também expõe que o lugar estava tomado por insetos e morcegos, além de exalar um "odor forte e fétido".

Foto expõe 'condições degradantes':

Entenda:

Ao GLOBO, o advogado Paulo Vaz afirma que, mesmo o artista não tendo qualquer responsabilidade com as condições análogas a de escravidão a que estavam submetidos funcionários de uma propriedade relacionada a uma propriedade vizinha à Fazenda Talismã, o cantor fez o pagamento de multas para “evitar qualquer discussão”. O caso, referente a uma fiscalização de 2023, teria sido arquivado na sequência aos pagamentos.

— Causa muita estranheza em todos nós que o nome do Emival, Leonardo, esteja na lista. É um assunto de 2023, que já havia sido explicado e arquivado — diz Vaz. — Quando fomos chamados para a audiência, efetuamos o pagamento de todas as indenizações e multas. Apesar de não ser responsabilidade do Leonardo, quisemos evitar qualquer discussão em torno disso.

Leonardo é o nome artístico escolhido por Emival, que tinha uma dupla com o irmão, Leandro, cujo verdadeiro nome era Luís José da Costa, até a morte deste, em 1998, aos 36 anos. Durante uma entrevista no programa de Jô Soares, Leonardo contou como foi a seleção do nome. Segundo ele, que trabalhava limpando o chão de uma farmácia em Goiânia na ocasião, a inspiração veio de filhos gêmeos do motorista de seu chefe.

Seis pessoas, incluindo um adolescente de 17 anos, foram encontradas em "condições degradantes", em situação que configura, de acordo com o ministério, a "escravidão contemporânea". O relatório mostra que os seis funcionários pernoitavam em uma casa abandonada, sem água potável e sem banheiro na Fazenda Lakanka, que também pertence à Talismã, avaliada em R$ 60 milhões, localizada em Jussara (GO), interior de Goiás. As camas eram improvisadas com tábuas de madeira e galões de agrotóxicos. O arquivo do MTE também expõe que o lugar estava tomado por insetos e morcegos, além de exalar um "odor forte e fétido".

Porém, de acordo com o advogado, as terras não estavam em poder de Leonardo no momento em que ocorreu a fiscalização, mas que havia sido arrendada para um produtor para o plantio de soja. Paulo afirma ainda que está em contato com com o MTE para “entender o que aconteceu“.

— Não deveria constar o nome dele na lista — finaliza ele.

O que aconteceu com Leonardo?

O nome do cantor Leonardo foi incluído na "lista suja" do trabalho escravo divulgada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por meio da Secretaria de Inspeção do Trabalho. Atualizado semestralmente pela pasta, o documento torna públicos os dados de empregadores que tenham submetido trabalhadores a condições análogas à de escravidão. De acordo com o órgão, 176 pessoas foram adicionadas à lista, que totaliza hoje 727 nomes.

A responsabilização de Leonardo acontece após uma fiscalização realizada por técnicos do MTE, em novembro de 2023, na Fazenda Talismã, em Jussara (GO), interior de Goiás.

O relatório mostra que os seis funcionários pernoitavam numa casa abandonada, sem água potável e sem banheiro. As camas eram improvisadas com tábuas de madeira e galões de agrotóxicos. O arquivo do MTE também expõe que o lugar estava tomado por insetos e morcegos, além de exalar um "odor forte e fétido".