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Defesa de Leonardo nega relação do cantor com trabalho escravo e diz ter pago multas para 'evitar qualquer discussão'
Nome do cantor sertanejo foi relacionado em 'lista suja' após fiscalização ter encontrado funcionários de fazenda em condições análogas à de escravidão
A defesa de recebeu, nesta segunda-feira (7), a , do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), com “muita estranheza”. Ao GLOBO, o advogado Paulo Vaz afirma que, mesmo o artista não tendo qualquer responsabilidade com as condições análogas a de escravidão a que estavam submetidos funcionários de uma propriedade relacionada à Fazenda Talismã, o cantor fez o pagamento de multas para “evitar qualquer discussão”. O caso, referente a uma fiscalização de 2023, teria sido arquivado na sequência aos pagamentos.
Após receber a informação de que seu nome consta na lista, Leonardo — nome artístico para Emival Eterno da Costa — ficou “muito chateado”, afirma o advogado.
— Causa muita estranheza em todos nós que o nome do Emival, Leonardo, esteja na lista. É um assunto de 2023, que já havia sido explicado e arquivado — diz Vaz. — Quando fomos chamados para a audiência, efetuamos o pagamento de todas as indenizações e multas. Apesar de não ser responsabilidade do Leonardo, quisemos evitar qualquer discussão em torno disso.
Na propriedade avaliada em R$ 60 milhões, mantida e gerida pelo artista, seis pessoas, incluindo um adolescente de 17 anos, foram encontradas em "condições degradantes", em situação que configura, de acordo com o ministério, a "escravidão contemporânea". Funcionários da fazenda pernoitavam sobre camas improvisadas com tábuas e galões de agrotóxicos em uma casa abandonada. Porém, de acordo com o advogado, as terras não estavam em poder de Leonardo no momento em que ocorreu a fiscalização. Paulo afirma ainda que está em contato com com o MTE para “entender o que aconteceu.
— Não deveria constar o nome dele na lista — finaliza ele.
O que aconteceu com Leonardo?
O nome do cantor Leonardo foi incluído na "lista suja" do trabalho escravo divulgada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por meio da Secretaria de Inspeção do Trabalho. Atualizado semestralmente pela pasta, o documento torna públicos os dados de empregadores que tenham submetido trabalhadores a condições análogas à de escravidão. De acordo com o órgão, 176 pessoas foram adicionadas à lista, que totaliza hoje 727 nomes.
A responsabilização de Leonardo acontece após uma fiscalização realizada por técnicos do MTE, em novembro de 2023, na Fazenda Talismã, em Jussara (GO), interior de Goiás.
O relatório mostra que os seis funcionários pernoitavam numa casa abandonada, sem água potável e sem banheiro. As camas eram improvisadas com tábuas de madeira e galões de agrotóxicos. O arquivo do MTE também expõe que o lugar estava tomado por insetos e morcegos, além de exalar um "odor forte e fétido".
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