Internacional
Guerra no Oriente Médio, 1 ano: Gatilho de espiral de violência, ataque do Hamas é ferida aberta para israelenses um ano depois
População civil tenta se recuperar de trauma da violência sofrida em 7 de outubro em meio à escalada militar do país contra seus rivais regionais
O Rosh Hashana (ano novo judaico) deste ano aconteceu sob alertas de bombardeio e ordens de restrição em . , na última terça-feira, e com a guerra no tirando a vida dos primeiros militares israelenses , a impossibilidade de celebrar devidamente a data soou como um lembrete da realidade paralela em que o país vive há um ano.
Ofensiva:
Frustrado com e :
O ataque lançado pelo grupo terrorista há exatamente um ano ainda é uma ferida aberta para o Estado judeu e sua população civil. Não houve tempo de absorver o impacto ou mergulhar no luto pelos quase 1,2 mil mortos no atentado, a maioria civis, realizado no feriado de Simchat Torá. Ferido, Israel reagiu com força, alimentando uma espiral de violência que 12 meses depois e parece longe de oferecer uma solução política para a crise aberta — e um desfecho para as pessoas que foram afetadas.
As ruas e casas de a menos de 2 km da fronteira com que viveu o horror naquele 7 de outubro, transformaram-se em um monumento da violência do ataque. O que outrora era uma comunidade cheia de vida deu lugar a um aglomerado de casas depredadas, algumas delas incendiadas, que levam afixadas em seus muros e portas as fotos de seus moradores, mortos ou levados como reféns para Gaza.
— O tempo por aqui parou em 7 de outubro — disse Natan Bahat, de 82 anos, um dos fundadores do kibutz e um dos dois únicos moradores que voltaram ao local após o atentado, em entrevista ao jornal britânico Guardian.
Afirma ONU:
Bahat contou que pretende retomar a vida de antes, mas com cerca de um quarto dos antigos vizinhos mortos ou levados como reféns para Gaza, diz entender aqueles que não querem voltar e reviver as cenas de terror.
— Eu não posso julgá-los se decidirem por não vir. Mas Nir’Oz era um paraíso.
Enquanto o sonho que começou a ser construído por Bahat nos anos 1950 era destruído por cerca de 150 terroristas palestinos armados, Miri Gad Messika e seus três filhos pulavam pela janela do 2º andar no para escapar de extremistas que entravam em sua casa — a comunidade foi invadida por cerca de 340 homens armados. Ao todo, 101 civis foram assassinados, 31 homens de forças de segurança — incluindo as do próprio kibutz, militares e policiais — morreram em combate e 30 pessoas foram feitas reféns.
A filha mais nova de Messika, de 10 anos, não consegue mais dormir sozinha. A do meio, de 15 anos, piorou o desempenho na escola. O filho de 16 anos ainda caminha mancando após quebrar a perna na fuga. Apesar disso, ela tem esperança de que sua família e sua comunidade se recuperem.
— Quando o trauma acontece, há duas escolhas: permanecer doente ou crescer — disse. — Sou otimista. Tenho de ser. Quero desejar a todos um ano melhor.
O trauma sentido na pele pelos moradores do sul de Israel se espalhou em forma de medo pelo país. A vantagem da superioridade na relação de forças anterior ao atentado e a sensação de segurança da população israelense foram pulverizadas na mesma velocidade com que imagens do atentado se espalhavam pelas redes sociais.
— A primeira coisa que pensei foi que poderíamos ter sido nós — disse Orly Gavishi-Sotto, de 46 anos, moradora do kibutz Hanita, a 450 metros da fronteira com o Líbano. — Foi absolutamente assustador.
Com os ataques lançados pelo grupo xiita libanês Hezbollah no dia subsequente ao atentado do Hamas, Orly . Desde então, ela é uma das cerca de 60 mil pessoas deslocadas do norte de Israel.
Durante a maior parte do ano que se passou, ela e suas três filhas viveram fora de Hanita, revezando-se entre um hotel, um apartamento alugado e outro kibutz. Quando autoridades israelenses afirmaram, nas últimas semanas, que mudariam o “centro de gravidade” do conflito para o norte, mirando o Hezbollah, citaram pessoas como Orly, dizendo que o objetivo era fazê-las voltar para casa. Nem todas, como é o seu caso, acreditaram na promessa de segurança. Outras afirmam que é melhor ter tomado a atitude agora do que esperar ainda mais.
— Desde que começou a guerra, estamos aqui sentados, esperando para sermos atacados — disse Seth Dekanu, de 27 anos, morador de Netua, um kibutz a 2 km da fronteira. — Agora nós finalmente estamos na ofensiva.
À medida que as autoridades políticas e militares tentam recuperar a confiança e restabelecer a sensação de segurança dos israelenses por meio da guerra contra os inimigos regionais, o drama dos deslocados internos e dos 97 reféns que permanecem em Gaza — acredita-se que um terço já mortos — mantém a ferida aberta.
Sigalit Orr, consultora de tecnologia que mora em Hod Hasharon, subúrbio densamente povoado de Tel Aviv onde mais de 100 casas , descreveu a vida desde 7 de outubro como um “estado maníaco-depressivo”, alternando o humor entre o desespero e a normalidade.
— Você está feliz e então ouve sobre algo horrível que aconteceu com alguém próximo a você — disse ele, que comemorou o ano novo judaico com a irmã e os filhos, em um encontro silencioso. — Nós só desejamos um ano normal.
(Com NYT)
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