Alagoas
Estudo é resposta positiva que a universidade dá para a sociedade alagoana, diz orientadora
A professora da Universidade Federal de Alagoas Magnólia Rejane Andrade
dos Santos, que orientou Fernanda Alves Calheiros em Memória e Arquivo:
um estudo sobre a inserção da mulher na Polícia Militar de Alagoas, defende
que a dissertação de mestrado da jornalista preenche uma lacuna na história
alagoana.
“Do ponto de vista social, econômico, cultural – ou seja: de todos os pontos de vista – a presença feminina na Polícia Militar de Alagoas retratada no estudo da Fernanda é uma resposta positiva que a universidade dá para a sociedade alagoana”, destaca Magnólia, ela própria uma pioneira nos quadros femininos da Marinha do Brasil, no início dos anos 1980.
Segundo a orientadora, a pesquisa da jornalista também é importante para a universidade, como forma de dar um retorno para a Polícia Militar, jogando luz na história da instituição. “A Universidade Federal de Alagoas tem um compromisso primeiro com a ciência dos problemas, para solucionar os problemas cotidianos de onde ela está inserida”, ressalta.
“Nesse sentido, a universidade tem que se voltar para as problemáticas locais. É claro que a ciência é geral, universal, mas estando inserida em um contexto tão específico como é no caso de Alagoas, há uma expectativa de que a universidade se volte para o cotidiano, para a história e problemas sociais, políticos, econômicos do próprio local onde ela está inserida”, completa.
Magnólia Andrade acredita que a dissertação é também muito importante para a agora mestra Fernanda Alves, principalmente como integrante da Polícia Militar de Alagoas, onde produzir conhecimento é mais comum entre os oficiais.
“É muito interessante ver uma mulher militar estudando, pesquisando. Ela ainda é cabo, mas já demonstra sua capacidade intelectual brilhante”, diz. “Eu me lembro que se dizia que soldado não pensa, cumpre ordens. Mas temos alguém que está nessa categoria, pensando – e pensando na sua própria instituição. Então isso muda muito a maneira de ver essa categoria [a que Fernanda Alves pertence]”, defende.
A orientadora argumenta que os praças da PM são colaboradores que têm potencial intelectual, criativo, artístico e investigativo importante, e que podem dar – e dão – colaboração diária à instituição militar. “Vejo essa contribuição da Fernanda nesse sentido. Um trabalho de pós-graduação não é qualquer trabalho. E foi feito por um cabo. Então eu acho que isso dá uma visão diferenciada do potencial de um praça”, explica.
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