Política

De candidata "poca-urna" a prefeiturável: “tia” Júlia Duarte obteve 132 votos para vereadora em 1988

Ela foi candidata pelo PTB cujo candidato majoritário era Geraldo Ribeiro

Redação 25/09/2024
De candidata 'poca-urna' a prefeiturável: “tia” Júlia Duarte obteve 132 votos para vereadora em 1988

A candidatura de Júlia Duarte (MDB), de 68 anos, à Prefeitura de Palmeira dos Índios é envolta em mistério e desconfiança. Conhecida apenas como professora primária, Júlia passou décadas no anonimato até ser lançada como candidata, fruto da teimosia do sobrinho Julio Cezar, atual prefeito, conhecido popularmente como "Imperador" por sua postura perseguidora. Ele a empurrou para o cenário eleitoral, sem consultar a base política, afastando antigos aliados e preterindo nomes mais naturais para a sucessão, como o do vice-prefeito Márcio Henrique.

‘Dr. Márcio’, que até o último momento esperava o apoio de Julio Cezar, viu sua candidatura frustrada pela imposição de Júlia, deixando claro que o "Imperador" prefere manter o controle do poder familiar ao permitir uma disputa justa dentro do próprio grupo. A decisão de Julio gerou revolta nos bastidores com seus aliados políticos, gerando dúvidas na população, que vê em Júlia uma candidata sem experiência administrativa e sem qualquer contato real com as demandas do município.

Um passado político de derrota e silêncio


A candidatura de Júlia, longe de ser uma escolha popular, é guiada rigidamente pelo sobrinho e por sua equipe de marketing, que tem mantido a candidata em uma bolha de silêncio. Até o momento, ela concedeu apenas uma entrevista, claramente combinada com um veículo de comunicação alinhado ao seu grupo político e foge da mídia independente. Essa falta de transparência reforça ainda mais o mistério em torno de quem realmente é Júlia Duarte e o que ela pode oferecer à população de Palmeira dos Índios.

Porém, a Tribuna do Sertão foi investigar o passado político da candidata e descobriu que esta não é sua primeira incursão na política. Em 1988, aos 32 anos, Júlia tentou se eleger vereadora pelo PTB, na chapa de prefeito e vice de Geraldo Ribeiro/Roberto Salgueiro, mas o resultado foi catastrófico: apenas 132 votos. Uma performance tão fraca que, no ditado popular, é descrita como "poca a urna". Agora, mais de 30 anos depois, ela retorna ao cenário político, dessa vez como candidata a prefeita, mas a sombra de seu fracasso anterior ainda pesa.


O grande questionamento que paira sobre sua candidatura é: Júlia Duarte é uma escolha legítima ou apenas uma peça no tabuleiro de poder de Julio Cezar? A decisão de lançar a própria tia, sem histórico de liderança ou trabalho relevante para a cidade, parece ser mais uma tentativa de perpetuar o controle do imperador e seus súditos sobre a prefeitura, ignorando as reais necessidades da população.

O histórico político de Júlia não favorece suas chances. Longe de ser uma figura carismática ou de liderança, ela chega aos 68 anos carregando um currículo político praticamente inexistente e uma história de fracasso nas urnas. Sua candidatura é, para muitos, um golpe de Julio Cezar para manter o controle absoluto da prefeitura, afastando concorrentes e aliados que poderiam ameaçar seu império particular.

Com essa imposição, o "Imperador" não só desagrada seus aliados políticos, como também pode estar subestimando a inteligência do eleitorado. Será que a população de Palmeira dos Índios aceitará uma candidata "poca-urna", cujo único atributo parece ser o parentesco com o atual prefeito? Ou os eleitores rejeitarão essa jogada de poder, exigindo uma candidatura que represente, de fato, uma renovação e uma liderança real?

Resta saber se Júlia Duarte, aos 68 anos, conseguirá apagar a mancha de sua derrota política de décadas atrás e provar que tem algo a oferecer para o futuro de Palmeira dos Índios. Ou se, mais uma vez, sua campanha será vista como apenas mais um lance de poder de Julio Cezar, o "Imperador", obcecado por manter sua “dinastia de favores suspeitos” no controle da cidade.