Política

Ramagem diz que 8 de Janeiro teve 'extremo vandalismo' em sabatina do Extra, GLOBO, Valor e CBN

Candidato à prefeitura do Rio do PL defendeu que não havia 'possibilidade de golpe' e rebateu acusações de que estaria envolvido: 'Eu nem era diretor da Abin'

Agência O Globo - 11/09/2024
Ramagem diz que 8 de Janeiro teve 'extremo vandalismo' em sabatina do  Extra, GLOBO, Valor e CBN
Alexandre Ramagem

Em sabatina realizada pelos jornais Extra, O GLOBO e Valor e a rádio CBN nesta quarta-feira, o candidato do PL à prefeitura do Rio, Alexandre Ramagem, procurou se desvincular dos ataques golpistas de 8 de janeiro em Brasília. Embora tenha negado a possibilidade de "golpe" na ocasião, Ramagem disse que o episódio teve cenas de "extremo vandalismo".

— As condutas lá foram de extremo vandalismo, a possibilidade de golpe não existia. Crime impossível — pontuou.

Sobre a possibilidade de vir a ser indiciado pelo 8 de janeiro, Ramagem diz ter ficado "em choque" ao ler esta notícia na imprensa.

O candidato ponderou que deixou o cargo de diretor da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) em março de 2022 e que, desde esta data, não teve mais interlocução com o governo federal do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

— Quando eu fui indicado para a prefeitura do Rio, a PF se voltou contra a mim, estou tendo essa surpresa agora com o 8 de janeiro. Eu fui diretor até março de 2022. Fui eleito em outubro e só voltei a Brasília em novembro, dezembro, porque ainda tinha residência lá. Montei meu gabinete e em janeiro tirei merecida férias. Querem me colocar no 8 de janeiro se eu nem era diretor da Abin? Tinha contato com ninguém — afirmou.

Neste tema, o candidato ainda acusou, sem provas, o prefeito Eduardo Paes (PSD) de ter um órgão de inteligência clandestino em funcionamento na cidade do Rio.

Sabatinas até sexta-feira

A cobertura, no site e na edição impressa do GLOBO, contará com reportagens e análises sobre cada entrevista. Na quinta-feira, no mesmo horário, o entrevistado será o prefeito Eduardo Paes (PSD), e, por último, na sexta-feira, Tarcísio Motta (PSOL).

A ordem das sabatinas foi definida por sorteio. Foram chamados os candidatos mais bem colocados na última pesquisa eleitoral no Rio divulgada pelo instituto Datafolha, na última quinta-feira, e que tenham atingido ao menos 3% de intenções de voto neste levantamento.

Segundo o Datafolha, o atual prefeito Eduardo Paes, candidato à reeleição, registrou 59% na pesquisa. Ramagem, que concorre com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tem 11%. Tarcísio Motta, que reivindica o apoio do PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva — que faz parte da coligação de Paes —, tem 6%. A margem de erro é de três pontos.

Ramagem aposta no aumento da exposição durante a campanha para reforçar sua associação a Bolsonaro e aglutinar o voto de segmentos como os evangélicos, que hoje apoiam majoritariamente o atual prefeito.

As sabatinas representam uma oportunidade para que os candidatos detalhem propostas para a cidade, e também para que sejam questionados sobre diferentes aspectos de suas atuações políticas. Os entrevistadores dos candidatos do Rio serão os colunistas Lauro Jardim e Merval Pereira, do GLOBO e da CBN, os âncoras da rádio Bianca Santos e Leandro Resende, e a jornalista Camila Zarur, do Valor.

Na próxima semana, entre os dias 16 e 20 de setembro, será a vez da sabatina com os candidatos à prefeitura de São Paulo. A ordem dos candidatos ainda não foi definida.

Na semana passada, os cinco principais candidatos a prefeito de Belo Horizonte foram entrevistados: Mauro Tramonte (Republicanos), Fuad Noman (PSD), Bruno Engler (PL), Duda Salabert (PDT) e Carlos Viana (Podemos).