Esportes
Suspeito de matar ex, maratonista ugandesa, também morre vítima de queimaduras
Dickson Ndiema Marangach teria ateado fogo ao corpo de Rebecca Cheptegei, mas também acabou ficando gravemente ferido

O ex-companheiro da maratonista ugandesa Rebecca Cheptegei, Dickson Ndiema Marangach, suspeito de ser o responsável por atear fogo ao corpo dela, morreu nesta segunda-feira, também em decorrência das queimaduras causadas pelo episódio. O óbito foi confirmado por Philip Kirwa, diretor executivo da Universidade Moi e do Hospital de Referência em Eldoret, no oeste do Quênia, onde Marangach recebia tratamento.
Pai de maratonista olímpica que teve 75% do corpo queimado pelo ex relata briga sobre terreno antes de ataque
Em liberdade provisória, Daniel Alves usa app para jogar futebol amador com desconhecidos e é tietado
"Ele desenvolveu insuficiência respiratória como resultado de queimaduras graves nas vias respiratórias e sepse que o levou à morte", disse Kirwa, segundo a agência Reuters.
Cheptege morreu quatro dias depois de ter sido queimada no Quênia, como anunciado pelo presidente do Comitê Olímpico do Uganda. O novo caso de feminicídio no mundo do atletismo do Quênia provocou uma onda de indignação.
O que aconteceu?
A atleta de 33 anos, que disputou a maratona nos Jogos Olímpicos de Paris em agosto (terminou na 44ª posição), "morreu por volta das 5h30" locais, anunciou Kimani Mbugua, médico que dirige a UTI do Moi Teaching and Referral Hospital (MTRH) na cidade de Eldoret.
— Os ferimentos... cobriam a maior parte de seu corpo. Isso levou à falência de múltiplos órgãos. Fizemos o nosso melhor, mas não tivemos sucesso — disse. — Considerando a idade e as queimaduras em mais de 80% do corpo que ela sofreu, a esperança de recuperação era pequena.
'Mínimo top 5': Neymar sai em defesa de Rodrygo após ausência em lista de Bola de Ouro 2024
Bola de Ouro: Messi e Cristiano Ronaldo ficam fora dos indicados pela primeira vez em 21 anos
Segundo um boletim policial consultado pela AFP, o suspeito, identificado como Dickson Ndiema Marangach, invadiu no domingo (1º) a propriedade de Rebecca Cheptegei, quando ela estava na igreja com as filhas.
Como aconteceu o crime?
A atleta vivia com sua irmã e as duas filhas em uma casa construída na localidade de Endebess, a 25 quilômetros da fronteira com Uganda, informou seu pai, Joseph Cheptegei.
Vini Jr. faz alerta sobre racismo na Espanha: 'Se a situação não mudar antes de 2030, a Copa do Mundo terá que ser em outro lugar'
Em liberdade provisória, Daniel Alves usa app para jogar futebol amador com desconhecidos e é tietado
Quando retornaram da igreja, o suspeito jogou gasolina no corpo da atleta e ateou fogo na frente das filhas, de 9 e 11 anos, segundo o jornal The Standard.
O boletim policial apresenta Rebecca Cheptegei e Dickson Ndiema Marangach como "um casal que constantemente tinha discussões familiares".
'Falta de respeito': Primeiro lote para a São Silvestre esgota minutos após liberação, e corredores reclamam
Os dirigentes do atletismo e ativistas dos direitos das mulheres condenaram o assassinato.
O presidente do Comitê Olímpico de Uganda, Donald Rukare, denunciou em uma mensagem na rede X "um ato covarde e sem sentido que provocou a perda de uma grande atleta". “Condenamos de modo veemente a violência contra as mulheres", afirmou.
A confederação de atletismo do Quênia, a 'Athletics Kenya', afirmou que "a morte prematura e trágica é uma perda profunda" e exigiu "o fim da violência de gênero".
Até a Ferrari desistiu de competir: Saiba quanto a Aston Martin ofereceu de salário para ter o maior engenheiro da F1
Gabriel Bortoleto: Apadrinhado por Alonso e campeão da F3, piloto largou em último e ganhou corrida na Itália; conheça
Casos similares nos últimos anos
Njeri Migwi, cofundadora da associação Usikimye (“Não fique calado” em suaíli), um refúgio para vítimas de violência sexual e de gênero, pediu o "fim dos feminicídios".
A atleta romena de origem queniana Joan Chelimo disse estar "profundamente abalada e indignada" com a morte de Rebecca. "Esta violência sem sentido deve parar", afirmou no Instagram.
Quadro de medalhas da Paralimpíadas atualizado: confira ranking após Brasil conquistar 50 medalhas
Paralimpíadas 2024: onde assistir aos Jogos de Paris ao vivo; veja programação e calendário
Segundo o pai de Rebecca Cheptegei, o ataque contra a filha começou por uma disputa sobre um terreno que havia comprado.
— Foi o terreno que comprou que causou os problemas — disse Joseph Cheptegei, antes de pedir ao governo que "cuide da sua propriedade e de seus filhos".
Nos últimos anos, o atletismo no Quênia foi marcado por casos semelhantes.
Sem Pedro, saiba quando Flamengo deverá contar com Gabigol após lesão
Bola de Ouro 2024: Arthur Elias é finalista a melhor técnico de equipe feminina
Em abril de 2022, a atleta nascida no Quênia Damaris Mutua foi encontrada morta em Iten, um polo mundialmente conhecido no mundo do atletismo que fica no Vale do Rift. Suspeita-se que seu companheiro a tenha matado.
Em outubro de 2021, a atleta queniana Agnes Tirop, de 25 anos, medalhista de bronze nos 10.000 metros nos Mundiais de 2017 e 2019 e quarta colocada nos 5.000 metros nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, morreu depois de ter sido esfaqueada em sua casa em Iten.
Seu marido Emmanuel Ibrahim Rotich está sendo processado pelo assassinato, mas nega as acusações.
Mais lidas
-
1SANTANA DO IPANEMA
Vereador Mário Silva denuncia abandono dos Bulhões a servidores e pacientes com câncer
-
2CLIMA
São Paulo tem aumento gradual na temperatura após recorde de frio
-
3EXECUÇÃO
Homem é executado dentro de casa por suspeitos que se passaram por policiais no Pilar
-
4TRAGÉDIA
Adolescente de 14 anos mata pais e irmão de 3 anos após ser contrariado no RJ
-
5PALMEIRA DOS ÍNDIOS
Disputa pelo comando do PT em Palmeira esquenta com apoio de vereador a grupo de oposição