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Suspeito de matar ex, maratonista ugandesa, também morre vítima de queimaduras

Dickson Ndiema Marangach teria ateado fogo ao corpo de Rebecca Cheptegei, mas também acabou ficando gravemente ferido

Agência O Globo - 10/09/2024
Suspeito de matar ex, maratonista ugandesa, também morre vítima de queimaduras
Suspeito de matar ex, maratonista ugandesa, também morre vítima de queimaduras - Foto: Reprodução/internet

O ex-companheiro da maratonista ugandesa Rebecca Cheptegei, Dickson Ndiema Marangach, suspeito de ser o responsável por atear fogo ao corpo dela, morreu nesta segunda-feira, também em decorrência das queimaduras causadas pelo episódio. O óbito foi confirmado por Philip Kirwa, diretor executivo da Universidade Moi e do Hospital de Referência em Eldoret, no oeste do Quênia, onde Marangach recebia tratamento.

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"Ele desenvolveu insuficiência respiratória como resultado de queimaduras graves nas vias respiratórias e sepse que o levou à morte", disse Kirwa, segundo a agência Reuters.

Cheptege morreu quatro dias depois de ter sido queimada no Quênia, como anunciado pelo presidente do Comitê Olímpico do Uganda. O novo caso de feminicídio no mundo do atletismo do Quênia provocou uma onda de indignação.

O que aconteceu?

A atleta de 33 anos, que disputou a maratona nos Jogos Olímpicos de Paris em agosto (terminou na 44ª posição), "morreu por volta das 5h30" locais, anunciou Kimani Mbugua, médico que dirige a UTI do Moi Teaching and Referral Hospital (MTRH) na cidade de Eldoret.

— Os ferimentos... cobriam a maior parte de seu corpo. Isso levou à falência de múltiplos órgãos. Fizemos o nosso melhor, mas não tivemos sucesso — disse. — Considerando a idade e as queimaduras em mais de 80% do corpo que ela sofreu, a esperança de recuperação era pequena.

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Segundo um boletim policial consultado pela AFP, o suspeito, identificado como Dickson Ndiema Marangach, invadiu no domingo (1º) a propriedade de Rebecca Cheptegei, quando ela estava na igreja com as filhas.

Como aconteceu o crime?

A atleta vivia com sua irmã e as duas filhas em uma casa construída na localidade de Endebess, a 25 quilômetros da fronteira com Uganda, informou seu pai, Joseph Cheptegei.

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Quando retornaram da igreja, o suspeito jogou gasolina no corpo da atleta e ateou fogo na frente das filhas, de 9 e 11 anos, segundo o jornal The Standard.

O boletim policial apresenta Rebecca Cheptegei e Dickson Ndiema Marangach como "um casal que constantemente tinha discussões familiares".

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Os dirigentes do atletismo e ativistas dos direitos das mulheres condenaram o assassinato.

O presidente do Comitê Olímpico de Uganda, Donald Rukare, denunciou em uma mensagem na rede X "um ato covarde e sem sentido que provocou a perda de uma grande atleta". “Condenamos de modo veemente a violência contra as mulheres", afirmou.

A confederação de atletismo do Quênia, a 'Athletics Kenya', afirmou que "a morte prematura e trágica é uma perda profunda" e exigiu "o fim da violência de gênero".

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Casos similares nos últimos anos

Njeri Migwi, cofundadora da associação Usikimye (“Não fique calado” em suaíli), um refúgio para vítimas de violência sexual e de gênero, pediu o "fim dos feminicídios".

A atleta romena de origem queniana Joan Chelimo disse estar "profundamente abalada e indignada" com a morte de Rebecca. "Esta violência sem sentido deve parar", afirmou no Instagram.

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Segundo o pai de Rebecca Cheptegei, o ataque contra a filha começou por uma disputa sobre um terreno que havia comprado.

— Foi o terreno que comprou que causou os problemas — disse Joseph Cheptegei, antes de pedir ao governo que "cuide da sua propriedade e de seus filhos".

Nos últimos anos, o atletismo no Quênia foi marcado por casos semelhantes.

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Em abril de 2022, a atleta nascida no Quênia Damaris Mutua foi encontrada morta em Iten, um polo mundialmente conhecido no mundo do atletismo que fica no Vale do Rift. Suspeita-se que seu companheiro a tenha matado.

Em outubro de 2021, a atleta queniana Agnes Tirop, de 25 anos, medalhista de bronze nos 10.000 metros nos Mundiais de 2017 e 2019 e quarta colocada nos 5.000 metros nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, morreu depois de ter sido esfaqueada em sua casa em Iten.

Seu marido Emmanuel Ibrahim Rotich está sendo processado pelo assassinato, mas nega as acusações.