Geral
Adam Brody surpreende no papel de rabino apaixonado por uma não judia
Famoso pela série adolescente ‘The O.C.’, ator comenta volta aos holofotes: ‘É muito melhor do que ouvir ‘ah, você ainda é ator?''

O bar mitzvah de Adam Brody foi realizado com seis meses de atraso. E quase não aconteceu. Isso foi em San Diego, no início da década de 1990, e Brody, que passava a maior parte do tempo livre surfando, frequentava a escola hebraica sob coação. Ele conhecia poucos outros judeus.
Esquentou: Festival de Veneza premia atuação ousada de Nicole Kidman em filme de alta voltagem erótica
Amy Allen: a arma secreta de Sabrina Carpenter, Harry Styles e da próxima geração do pop; entenda
— Eu queria cabelos louros, longos e lisos — disse ele. — Todos os meus ídolos se chamavam Shane.
Uma década mais tarde, depois de uma passagem rápida pela faculdade comunitária, uma mudança impulsiva para Los Angeles, um punhado de pontas na TV e uma breve participação em “Gilmore girls”, Brody se tornou o mais famoso aluno judeu (bem, meio judeu) do ensino médio nos Estados Unidos. Com 23 anos na vida real, na "dramédia" adolescente “The O.C.”, ele era Seth Cohen.
Josh Schwartz, um dos criadores de “The O.C.”, pôs muito de si em Seth. Mas o ator, disse ele, trouxe carisma e leveza a um personagem que poderia ser visto como mero nerd. “Ele é um judeu aspiracional”, brincou Schwartz sobre Brody.
Após quatro anos de muitos triângulos amorosos e acidentes de carro, “The O.C.” chegou ao fim. Brody trabalhou de forma constante nas duas décadas seguintes, alternando entre o cinema e a televisão. Na maioria das vezes, interpretava variações do “cara legal”. Mas nem sempre: como ele me lembrou durante um almoço em Santa Monica, “já interpretei meu punhado de criminosos”.
Mas o dom de Brody é a comédia — comédia salpicada de complicações emocionais. Ele lembrou os espectadores disso na minissérie “A nova vida de Toby”, de 2022, na qual interpretou um cara simpático do mercado financeiro (Isso é mais difícil do que parece). Agora, ele é o astro de “Nobody wants this” (“Ninguém quer isso”, comédia romântica da Netflix sobre Noah (Brody), um rabino de Los Angeles que se apaixona por Joanne (Kristen Bell), uma podcaster sincerona e não judia. A estreia é no dia 26.
Brody voltando às telas como um irônico galã judeu? Todos querem isso.
‘Adam é muito Adam’
Brody, 44 anos, descreveu-se como “nada religioso, um descrente”. Ele e a mulher, a atriz Leighton Meester, outra antiga estrela dos seriados adolescentes, não estão criando seus filhos em nenhuma religião em especial. Ele se diverte com a ironia de que todos os seus papéis principais compartilham a mesma fé.
— O mundo está me dizendo algo — disse ele.
Criminosos à parte, talvez não haja uma grande distância entre Brody e seus personagens mais conhecidos. Todos eles são charmosos, astutos, autodepreciativos, descolados, mas não tão descolados a ponto de não terem paixão.
Isso não é uma crítica. Alguns atores se transformam a cada novo papel, enquanto outros são extremamente bons em trazer a si mesmos para seus personagens.
Rock in Rio 2024: confira line-up completo, datas e horários dos shows
— Adam tem a qualidade de ser muito Adam — disse a diretora Valerie Faris. — Ao mesmo tempo, isso é perfeito para seus personagens.
Ela e seu marido, Jonathan Dayton, escalaram Brody para um comercial da Mountain Dew em seus primeiros dias em Hollywood. Mais tarde, o dirigiram em “A nova vida de Toby”.
— Você pode vê-lo dizer qualquer coisa. — disse Dayton. — É sempre interessante.
Bell também sentiu isso.
— Quando atuamos com Adam, sentimos que estamos falando com uma pessoa real — disse ela.
Ela conhece Brody socialmente e já contracenou com ele muitas vezes. Bell foi a primeira escalada para “Nobody wants this” e disse a Erin Foster, que criou a série, que sabia quem deveria interpretar Noah.
— Eu pensei: Brody tem o charme, a vontade, o profissionalismo e a peculiaridade que esse personagem exige — disse ela.
Por mais que confiasse em Bell, Foster queria ter certeza de que encontraria o Noah perfeito.
— Fizemos testes com todos os judeus gostosos da cidade — disse ela, ressaltando que Brody estava no topo da lista. — Ele sempre foi bonito, mas agora é um homem adulto muito gostoso. Foi muito empolgante mostrá-lo como essa versão adulta de Seth Cohen.
Diária a partir de R$ 20 mil: veja como é o rancho de luxo de Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso na serra do Rio
Questão de fé
Dado o atual conflito no Oriente Médio e o aumento do antissemitismo global, este é, obviamente, um momento difícil para interpretar um Romeu judeu. Embora Brody seja descontraído em suas conversas e pareça gostar de entrevistas, ele pensa sobre o assunto, deu mais importância a ele. Interpretar um líder da comunidade judaica tem uma inflexão diferente agora.
— Me sinto um pouco desconcertado com isso, para ser honesto — diz o ator.
Mas o rabino Noah, ele sabia, era o herói dessa história. Um bom filho, um bom irmão, um bom rabino que fica com a garota que não segue a religião judaica.
— Nós vamos torcer por ele — disse Brody. — Ele vai pegar a garota e beijá-la usando o quipá. E isso parece bastante positivo.
A experiência não o aproximou de Deus, mas pode tê-lo aproximado de si mesmo e do futuro de sua carreira. Se ele passou alguns anos resistindo a papéis adjacentes aos de Seth Cohen, agora parece não se importar tanto com eles.
Ele sente que amadureceu como ator, não tanto em termos de técnica, “embora eu tenha aprendido alguns truques, alguns atalhos”, disse ele. Mas agora ele tem mais experiência de vida por baixo do cabelo encaracolado. E, assim como em “Fleishman”, ele sente prazer em fazer um show popular que provavelmente será visto por muita gente. Que venham os Noahs, os Seths, as comédias.
— Eu estaria mentindo se dissesse que não gosto de aplauso — disse ele. — É muito melhor do que ouvir “ah, você ainda é ator? ”.
Mais lidas
-
1ARTIGO
Dulce Melo escreve: "Um marginal travestido de policial militar"
-
2CHACINA DO PRADO
Corpo de Pierre Victor, morto pelo pai, o major Pedro Silva, será sepultado nesta terça, em Palmeira dos Índios
-
3ELEIÇÕES
Disputa de 2026 em Arapiraca pode antecipar sucessor de Luciano Barbosa em 2028
-
4TRAGÉDIA NO PRADO
Governador anuncia comissão de delegados para apurar fuga do major que resultou em tragédia
-
5FUTEBOL
Técnico da seleção italiana é demitido após derrota para Noruega