Política
Sucessão na Câmara: ao abdicar de candidatura, Marcos Pereira tenta encurralar Lira e dar resposta a Brito
Hugo Motta é tido, desde o começo da corrida, como nome capaz de agradar a diversas correntes e governo

Ao abdicar de sua candidatura à presidência da Câmara e alçar Hugo Motta (Republicanos-PB) ao páreo, o deputado Marcos Pereira tenta alcançar dois objetivos: encurralar o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e a dar uma resposta a Antônio Brito (PSD-BA), outro postulante à sucessão.
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Com a escolha de um nome com bom trânsito na Casa, Pereira tenta construir uma candidatura de consenso e forçar a desistência de Elmar Nascimento (BA), líder do União Brasil, que sempre teve compromisso de apoio de Lira.
A ideia é que o cenário empurre o atual presidente da Casa, que não quer colher uma derrota, a convencer Elmar de que Hugo Motta é um nome de maior viabilidade.
Hugo Motta é tido, desde o começo da corrida, como um nome capaz de agradar a Lira, às diversas alas do Congresso, e até mesmo do governo.
Sem conseguir o apoio do PSD de Gilberto Kassab, Pereira já anunciou sua decisão de sair da corrida a Lira e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com interlocutores Pereira, a manobra também foi justificada pelo temor de uma dobradinha entre o União Brasil e o PSD, o que escantearia a campanha do Republicanos. A entrada de Hugo Motta no páreo, portanto, seria uma espécie de "resposta".
Com a substituição da candidatura, Lira se vê diante de um nome que não tem resistências de Lula e que ele mesmo já incentivou.
Amigo íntimo de Lira, Elmar tem dificuldades de conseguir votos de deputados que questionam a sua capacidade de articular pautas e reclamam do difícil acesso ao parlamentar.
Ele também não teria a simpatia irrestrita da base governista, já que teve histórico de oposição à esquerda. Por outro lado, o deputado do União é visto como alguém capaz de honrar os acordos firmados, até mesmo os herdados de Lira.
Entretanto, o descumprimento, por parte de Lira, da promessa de anunciar o candidato à sua sucessão em agosto foi visto por parlamentares como um baque para Elmar. O adiamento teria exposto que ele ainda busca se cacifar.
No mês passado, Lula recebeu líderes partidários no Palácio do Planalto e afirmou “que não se meterá na escolha do sucessor de Lira”, segundo afirmaram parlamentares que estavam no encontro.
Entre os presentes estavam três dos cotados para o cargo: Elmar, Brito e Isnaldo Bulhões (MDB), que apesar de ser visto como menos competitivo dos que os demais, ainda diz que se lançará na disputa. Pereira não compareceu.
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