Cidades
Filho do presidente do PT de Palmeira recebe R$16 mil, enquanto uns candidatos recebem R$3 mil e outros nada
A recente distribuição de recursos do Partido dos Trabalhadores (PT) em Palmeira dos Índios e publicada no divulgacand, o sistema da Justiça Eleitoral, tem gerado polêmica e críticas intensas entre os candidatos a vereador da legenda que procuraram a Tribuna do Sertão para denunciar o fato. Com doações variando entre R$3 mil e R$16 mil, o que deveria ser um movimento de fortalecimento coletivo da campanha tem sido interpretado como um ato de favorecimento, com critérios que parecem beneficiar apenas aqueles que possuem laços familiares ou políticos mais estreitos com a cúpula do partido.
No topo da lista de beneficiados está Anibal Duarte, que recebeu R$16 mil, o valor mais alto entre os candidatos. Anibal não é apenas um dos candidatos, mas também filho do presidente do diretório municipal do PT, Pedro Paulo, e enteado da candidata a vice-prefeita Sheila Duarte, que compõe a chapa com Julia Duarte, tia do prefeito-imperador Julio Cezar. Esse laço familiar tem levantado suspeitas de que o critério para a distribuição dos recursos não foi a viabilidade eleitoral ou a necessidade dos candidatos, mas sim o parentesco e as alianças políticas dentro do partido.
Enquanto Anibal Duarte e alguns outros, como Dani do Leite e Lourdinha Melo, que receberam R$10 mil cada, foram privilegiados com doações significativas, nesse primeiro momento, a maioria dos candidatos recebeu apenas R$3 mil. Candidatos como Adriana Val Enfermeiro, Davi Ferreira, Janaina Balbino, Josival Calixto e Surica se encontram nessa categoria menos favorecida com apenas R$3 mil. Mais grave ainda, outros membros da Federação BRASIL DA ESPERANÇA - FE BRASIL (PT/PV), como Antides Duarte Silva, Bazilio Junior, Jane Marcia, Madson Monteiro, Selmo Xucuru-Kariri e Sidney Targino, até o momento, não receberam qualquer recurso do partido.
Essa distribuição desigual tem gerado um clima de insatisfação e desconfiança dentro do partido, com candidatos que se sentem preteridos em favor de uma "elite interna" que, aparentemente, controla as finanças e os rumos da campanha de forma parcial. Para os denunciantes insatisfeitos e que preferem o anonimato, o episódio revela um desprezo pelas bases e pela luta coletiva, valores que deveriam nortear um partido que se proclama defensor da igualdade e da justiça social.
A situação levanta sérias questões sobre a transparência e a justiça no processo de distribuição dos recursos de campanha, e gera mais consequências negativas para a imagem do PT em Palmeira dos Índios. À medida que a campanha avança, a desigualdade na distribuição de recursos pode não só minar a confiança dos eleitores nos candidatos menos favorecidos, como também provocar divisões internas que enfraquecerão a capacidade do partido de competir de forma coesa e eficiente.
A ausência de explicações internas claras sobre os critérios usados para essa distribuição de recursos só aumenta as suspeitas de que o PT de Palmeira dos Índios privilegia alguns de seus candidatos em detrimento de outros, o que pode acabar comprometendo o desempenho do partido nas eleições. Com a proximidade das urnas (faltam 31 dias para o dia da eleição), resta saber se o partido tomará medidas para corrigir essa situação ou se as feridas abertas continuarão a crescer, afetando não apenas a campanha deste ano, mas também a unidade do partido a longo prazo.
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