Política

Campanha em Belford Roxo tem pancadaria e spray de pimenta entre cabos eleitorais de Márcio Canella e Matheus do Waguinho

Caso foi registrado na delegacia da cidade, que ouve testemunhas para 'esclarecer os fatos' que envolveram equipes dos candidatos a prefeito do município

Agência O Globo - 02/09/2024
Campanha em Belford Roxo tem pancadaria e spray de pimenta entre cabos eleitorais de Márcio Canella e Matheus do Waguinho

Cabos eleitorais com bandeiras de Márcio Canella (União Brasil) e Matheus do Waguinho (Republicanos), candidatos à prefeitura de Belford Roxo, se envolveram numa confusão neste domingo. Imagens que circulam pelas redes sociais mostram o enfrentamento do grupo, que teve bate-boca, empurra-empurra e pancadaria na Avenida Retiro da Imprensa, no bairro Areia Branca. O caso foi registrado na 54ª DP (Belford Roxo).

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No meio da rua, entre carros e ônibus, os representantes de Márcio Canella — deputado estadual eleito como vice de Waguinho, atual prefeito da cidade, nas eleições de 2016, de quem atualmente está afastado — usavam vestimentas azuis. Já aqueles que apoiam Matheus do Waguinho, sobrinho do prefeito, estavam de verde e amarelo.

Além das bandeiras com os números dos candidatos em mãos, uma caixa de som era ouvida ao fundo com jingles de campanha, enquanto algumas pessoas precisaram ser contidas. Um homem vestido de preto então interfere na confusão e lança um spray sobre o grupo. Em um segundo momento, outro princípio de confusão também é alvo do spray.

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De acordo com a Polícia Civil, vítimas foram encaminhadas para realizar exames de corpo de delito. Além disso, a corporação informa que testemunhas serão ouvidas e "outras diligências estão em andamento para esclarecer os fatos". A ocorrência está a cargo da 54ª DP (Belford Roxo).

Troca de acusações nas redes sociais

Depois da ocorrência, os políticos usaram as redes sociais e deram diferentes versões sobre aquele momento. A deputada federal Daniela Carneiro, mulher de Waguinho, usou as redes sociais para "denunciar e repudiar veemente" o que classificou como "ato covarde e desumano" atribuído por ela a Márcio Canella.

De acordo com a parlamentar, o homem que arremessou o spray — de pimenta, segundo ela — sobre o grupo seria um "segurança que trabalha a mando" de Canella. O homem teria fugido, de acordo com a publicação da ex-ministra do Turismo.

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A parlamentar, que mencionou que colaboradoras ficaram feridas na ocasião, fez outra acusação: a de que, em vez de um violão, o homem carregaria em sua mochila uma "arma de grosso calibre". Já Matheus repudiou o que chamou de "covardia" de Márcio Canella contra as mulheres que trabalham em sua campanha e afirmou que esteve na delegacia.

Já Márcio Canella rebateu. "Como sempre, eles arrumam confusão, arrancam, à noite, os nossos adesivos, batem em nossas mulheres que seguram bandeiras e, depois, querem se fazer de vítimas", compartilhou ele em seu Instagram. Nesta segunda-feira, o deputado voltou a se posicionar e afirmou que é alvo de "mentiras".

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Ao EXTRA, Márcio Canella afirma que em nenhum momento incentivou agressões e não compactua com esse tipo de violência. Segundo ele, em dado momento, quando estava sobre um carro de som, precisou pedir aos apoiadores de Matheus do Waguinho, que segundo Canella bloquearam a passagem, para conseguir passar na rua.

O racha entre Waguinho e Canella vem das eleições de 2022, quando o prefeito optou pela candidatura de Lula à presidência, enquanto Canella apoiou Jair Bolsonaro (PL). Em março de 2023, foi quando o caldo entornou de vez: o prefeito informou que não apoiaria a candidatura de Márcio Canella, mas, na verdade, de Matheus, seu sobrinho e secretário de Gestão e Inovação da cidade.