O prefeito do Rio, Eduardo Paes, afirmou nesta terça-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem “boa vontade” para resolver o impasse sobre a construção do estádio do Flamengo, no Gasômetro, na região portuária da capital fluminense.

Paes se reuniu no Palácio do Planalto com Lula e os ministros Jorge Messias (Advocacia-Geral da União), Rui Costa (Casa Civil) e Esther Dweck (Gestão), além do presidente da Caixa, Carlos Antônio Vieira Fernandes.

— Acho que os esclarecimentos necessários foram feitos ao presidente da República, que desde o início é muito simpático ao estádio do Flamengo. Ele também é vascaíno no Rio, mas a primeira-dama Janja é flamenguista. Então, ele tem uma pressão provavelmente doméstica. As coisas caminham bem. Acho que tem toda a boa vontade do presidente da República. Foi fundamental a entrada dele na história.

De acordo com Paes, a entrada de Lula evita uma guerra judicial.

O comando dele é no sentido de que, respeitada a legislação, os direitos, sem obviamente se cometer nenhuma ilegalidade, que a gente busque uma solução. Acho que demos passos muito largos para essa coisa sair pacífica hoje.

O prefeito do Rio contou ter encaminhado informações sobre dúvidas que pairam em relação ao ato da gestão municipal de desapropriar a área. Na quinta-feira, haverá uma reunião de conciliação entre prefeitura e governo federal.

— Nós estamos dando todas as condições para a Caixa não ter nenhum tipo de problema nessa situação.

O terreno foi desapropriado em junho, com destinação específica, como a construção de um estádio, por exemplo, após várias tentativas por parte dos interessados em fechar um acordo com a Caixa. A área pertencia a fundo de investimento administrado pela Caixa e que recebeu aportes do FGTS. O terreno foi a leilão — e foi arrematado pelo Flamengo por R$ 138 milhões.

O banco tentou impedir o leilão na Justiça, mas não conseguiu, mas o processo segue em andamento.

A Caixa justifica que o FGTS será prejudicado pela desapropriação. Inicialmente, o Flamengo se dispôs a pagar R$ 250 milhões pela área, mas o banco sempre insistiu em um valor superior devido ao chamado Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs).

O Flamengo ainda não apresentou o projeto de engenharia da obra, mas a meta é que o novo estádio comporte, pelo menos, 70 mil torcedores, com um investimento estimado em quase R$ 2,5 bilhões. A expectativa da diretoria do time é concluir o empreendimento em 2029.