Política
Defesa pede R$ 1,4 bi à equipe econômica para fechar contas em 2024
Comandante do Exército reclamou, mais cedo, de falta de verba em evento com Lula
O Ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, busca ajuda do Palácio do Planalto para sensibilizar a equipe econômica a liberar R$ 1,4 bilhão para manter as atividades do prédio central e das estruturas dos Comando da Aeronáutica, Marinha e do Exército, até dezembro.
Segundo técnicos da Defesa, com o bloqueio dos recursos feitos na pasta neste ano, vai faltar dinheiro para despesas como água, luz, combustível e com refeitório, no caso das Forças Armadas.
No decreto orçamentário publicado no final de julho, a Defesa foi afetada com corte de R$ 675,7 milhões. Outras pastas como Saúde, Cidades e Educação tiveram bloqueios maiores, mas de alguma foram são destino de emendas parlamentares, explicou um técnico.
Nas Forças Armadas, a palavra de ordem é cortar despesas com treinamento, cursos e viagens. Na Aeronáutica, o expediente da semana foi encurtado em um dia para evitar gastos com refeitório e outras medidas poderão ser adotadas.
No Exército, a maior preocupação é manter as atividades de vigilância nas regiões de fronteira.
Segundo integrantes do governo, o presidente Lula tem buscado se aproximar dos militares, mas isso não se transformou em mais recursos para o governo. Além disso, não muito espaço no Congresso para sensibilizar os parlamentares, dizem auxiliares de Mucio. Por isso, o ministro tem procurado ajuda do próprio presidente e do ministro da Casa Civil, Rui Costa.
Os programas estratégicos das Forças Armadas, como a compra dos caças Gripen, o submarino da Marinha, e blindados do Exército estão incluídos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Mas o programa também foi afetado com o corte de R$ 4,5 bilhões.
No caso das Forças Armadas, o cronograma dos programas vem sendo adiado a cada ano. A Defesa reclama que em dez anos, o orçamento “livre” da pasta (tirando pagamento de salários) caiu quase pela metade, saindo de R$ 20,6 bilhões em 2014 para R$ 10,9 bilhões.
Em discurso em cerimônia do Dia do Exército com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quinta-feira, o comandante da Força, general Tomás Paiva, destacou o "espírito perseverante" de militares mesmo com o que chamou de "restrições orçamentárias" atuais. No momento em que a equipe econômica do governo discute cortar gastos previstos para o ano que vem, o oficial afirmou que a Força precisa de mais equipamentos.
— Esse espírito perseverante e de doação integral à carreira tem sido mantido incólume, mesmo sob os escritos das restrições orçamentárias que atingem a todos. Apesar disso, não nos descuidamos da imperiosa necessidade de mais helicópteros, de mais blindados e mais mísseis — afirmou Tomás, na chamada Ordem do Dia.
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