O Rio de Janeiro é o estado com o maior percentual de candidatas lésbicas nas eleições deste ano. São ao menos 37 delas (0,83% do total), sendo 36 disputando por vagas nas câmaras municipais e uma ao cargo de vice-prefeita. O estado também é o único no qual essa orientação sexual fica em segundo lugar entre os candidatos que optaram por divulgá-la à Justiça Eleitoral, uma novidade deste pleito.

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Duas das postulantes se inspiram na força de Marielle Franco (PSOL), assassinada na noite de 14 de março de 2018. O crime representou um ataque direto a uma mulher lésbica, negra e de favela, que lutava por direitos de grupos marginalizados.

Além de ser uma figura pública, Marielle tornou-se um personagem de resistência e inspiração para os eleitores do Rio. Nestas eleições municipais, por exemplo, será candidata vereadora a viúva de Marielle, Monica Benicio (PSOL), que tenta a reeleição.

“As identidades lésbicas são constantemente apagadas. Tentam nos trancar no armário, nos invisibilizar, apagar nossas histórias e invalidar nossas famílias. E muitas vezes, quando nos tornamos visíveis, somos marginalizadas”, escreveu Benicio nas redes nesta segunda-feira.

O estado do Rio tem 17.374 candidaturas às eleições municipais. São 11.551 homens (66%) e 5.823 mulheres (34%). Quando o assunto é mulheres eleitas no legislativo municipal, o estado figura como um dos com as menores participações do país: no último pleito, as mulheres foram eleitas para cerca de 9% das vagas no estado, enquanto a média nacional foi de 16%.