Política
Debate entre candidatos de SP tem discussão nos bastidores, troca de farpas e críticas a Nunes
Momento mais tenso do encontro na Faap ocorreu entre Marçal e Boulos em confronto fora das câmeras

O segundo debate entre os candidatos à prefeitura de São Paulo nas eleições municipais de 2024 ocorreu nesta quarta-feira, em auditório da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap). O evento foi organizado pelo jornal "O Estado de S. Paulo", o portal Terra e a instituição de ensino e contou com a presença de seis candidatos: Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB), Pablo Marçal (PRTB), Tabata Amaral (PSB) e Marina Helena (Novo).
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Assim como já havia ocorrido no debate da Band, na semana passada, o encontro foi marcado por muitos confrontos entre os candidatos, com trocas de farpas e ofensas. Apesar disso, houve maior discussão de propostas em relação ao evento anterior.
Marçal repetiu várias vezes seu bordão “faz o M”, esteve menos virulento com os outros candidatos, mas protagonizou o principal confronto do debate, em bate boca e agressões com Boulos. O ex-coach continua apostando em frases de efeito e táticas para viralizar nas redes sociais, como ao perseguir o psolista com uma carteira de trabalho.
O prefeito Ricardo Nunes foi novamente o principal alvo de críticas dos adversários. Em mais de um momento, ele reclamou do que chamou de "mentiras" e “ataques pessoais” dos seus concorrentes. O discurso majoritariamente voltado para ações da gestão teve contra-ataques esporádicos, sobretudo nos direitos de resposta concedidos pelos organizadores.
Marçal e Boulos trocam ofensas
Marçal e Boulos protagonizaram a principal discussão do debate, com direito a acusações de "roubo a banco" e ofensas religiosas.
A discussão começou quando falavam sobre mobilidade no segundo bloco do debate. Ao repetir a sua promessa de criar o modal teleférico, Marçal arrancou risos da plateia:
— Não adianta rir que você também vai andar — disse o candidato do PRTB para Boulos.
Na hora das perguntas diretas, Boulos disse que Marçal não deveria "nem estar aqui" no debate.
— No último debate, você disse que deixaria a sua candidatura se mostrassem a sua condenação como ladrão de banco. Eu mostrei, está na minha rede social, mas você mostrou mais uma vez que não tem palavra.
— Você é o "PT kids" na prefeitura de São Paulo. Isso aqui é a escória da esquerda — retrucou Marçal.
— Você é um mentiroso compulsivo. Você é o Padre Kelmon dessa eleição. Veio para tumultuar, é uma caricatura — disse Boulos, prestando atenção no tempo para falar por último.
— Se eu sou o Padre Kelmon, eu vou exorcizar o demônio com uma carteira de trabalho. Nunca trabalhou, é um grande vagabundo — disse Marçal.
Boulos disse que "tem o maior orgulho" de ter começado a dar aula em uma escola estadual.
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— Sou professor, não sou coach. Não ganho dinheiro enganando os outros na internet.
Ao final do confronto, os dois deixaram o palco, mas continuaram discutindo. Eles estavam sentados lado a lado. O candidato do PRTB seguiu Boulos apontando-lhe uma carteira de trabalho. Os dois se sentaram lado a lado, e Marçal seguiu apontando a carteira, e Boulos deu um tapa no objeto. Os dois seguiram discutindo e uma pessoa da produção do debate precisou intervir. Então o psolista se levantou para o próximo embate, com Datena.
Críticas a Nunes
No quarto bloco, os ataques a Ricardo Nunes se intensificaram. Tabata e Boulos fizeram inicialmente dobradinha, explorando propostas para a segurança pública e atacando o prefeito no caso da manutenção dos contratos das empresas de ônibus investigadas pela Operação Fim da Linha.
Tabata relembrou o elogio que o prefeito fez à empresa de ônibus UPBus, após o início das investigações do Ministério Público por ligações com o crime organizado. Já Boulos resgatou uma fala polêmica do vice do emedebista, Coronel Mello Araújo, que defendeu uma atuação diferente da polícia na periferia e nos Jardins.
Os dois defenderam diálogo e atuação conjunta na área da segurança com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o governo federal. Tanto Boulos quanto Tabata disseram que pretendem manter encontros recorrentes com Tarcísio para tratar do assunto.
O ponto mais espinhoso do encontro foi o plano de governo de Boulos na área da segurança, que Tabata chamou de caro.
— De onde você vai tirar o dinheiro, vai aumentar impostos? — perguntou a candidata do PSB.
— Eu não vou aumentar impostos. Nosso plano de governo cabe no orçamento — respondeu Boulos.
Como funcionou o debate
O debate foi dividido em cinco blocos, com mediação da jornalista Roseann Kennedy. Os temas foram sorteados no início de cada rodada e envolvem educação, transporte, economia, meio ambiente, urbanismo, revitalização do centro e segurança pública. Convidados tiveram a oportunidade de dirigir questões aos candidatos, divididos em três duplas ao longo dos blocos.
Além das perguntas, os candidatos questionaram uns aos outros, com direito à réplica para quem fez a primeira pergunta. Em três momentos do debate, dois candidatos responderam individualmente a perguntas gravadas previamente pelo público.
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