Internacional
Zelensky diz que suas tropas capturaram 'mais de 100 militares russos' durante invasão a Kursk e que seguem 'avançando'
No dia anterior, o presidente da Ucrânia agradeceu ao chefe militar do país por 'encher nosso fundo de troca' com soldados da Rússia, indicando uma possível troca de prisioneiros

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, informou nesta quarta-feira que as tropas ucranianas capturaram "mais de 100 militares russos" durante a ofensiva na região fronteiriça de Kursk, que segue pelo oitavo dia. A captura, segundo o presidente, "aceleraria o retorno de nossos meninos e meninas para casa", indicando uma possível troca entre prisioneiros de guerra. Zelensky também informou que as tropas seguiam "avançando", enquanto o Ministério da Defesa russo alega que suas tropas continuam a "repelir uma tentativa de invadir o território da Federação russa" e que teriam conseguido impedir novos avanços das tropas ucranianas.
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— Na região de Kursk, estamos nos movendo mais. De um a dois quilômetros em diferentes áreas desde o início do dia — disse Zelensky durante uma videochamada com o chefe militar ucraniano, Oleksandr Syrskyi, acrescentando: — E mais de 100 soldados russos capturados durante o mesmo período. Sou grato a todos os envolvidos. Isso vai acelerar o retorno para casa de nossos meninos e meninas
No dia anterior, o presidente mencionou a captura das forças russas em um vídeo publicado em seu canal oficial no Telegram, no qual agradeceu Syrskyi por "encher nosso fundo de troca" com soldados russos. Na troca mais recente, em meados do mês passado, as partes do conflito que já dura mais de dois anos trocaram 190 prisioneiros de guerra, no sexto acordo mediado pelos Emirados Árabes Unidos.
Repórteres da AFP viram na terça-feira cerca de 10 homens com os olhos vendados e amarrados na estrada. Eles vestiam uniformes militares russos e estavam sendo levados em um veículo militar para longe da passagem de fronteira, em direção à cidade de Sumy, uma cidade ucraniana na fronteira com Kursk. Vídeos que circularam ainda no início da invasão mostram o momento em que soldados russos são capturados.
De acordo com o chefe militar ucraniano, durante a videochamada com Zelensky, os principais esforços das suas tropas estão concentrados nas regiões de Toretsk e Pokrovsk a fim de "impedir que o inimigo avance e inflija o máximo de perdas".
'Paz em pausa por longo tempo'
O exército ucraniano entrou na região russa de Kursk em 6 de agosto, capturando dezenas de assentamentos na maior ofensiva de um exército estrangeiro em solo russo desde a Segunda Guerra Mundial. Zelensky só abordou a ofensiva no último sábado, informando que o objetivo era "deslocar a guerra para o território do agressor". Na terça-feira, a Ucrânia deu indícios da natureza tática da operação ao afirmar que não manteria as terras russas que capturou e se oferecer para interromper os ataques se Moscou concordasse com uma “paz justa”.
— Quanto mais cedo a Rússia concordar em restaurar uma paz justa... mais cedo os ataques das forças de defesa ucranianas à Rússia cessarão — disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, Georgiy Tykhy, na terça-feira.
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Nesta quarta, a ministra da Reintegração dos Territórios Temporariamente Ocupados, Iryna Vereshchuk, informou que a operação foi projetada para proteger as regiões fronteiriças ucranianas, como uma espécie de "zona de segurança" no território russo. Ela informou que há civis nessa área e que eles estão "protegidos pelo direito humanitário". Até o momento, mais de 120 mil russos foram deslocados de suas casas.
A Rússia, porém, parece seguir o caminho contrário, prometendo retaliação e "resposta severa" à ofensiva. Nesta quarta-feira, o chanceler russo Rodion Miroshnik disse que a invasão ucraniana a Kursk colocou, "o caminho das negociações de paz em pausa por um longo tempo". Ele também disse acreditar que a incursão foi feita "deliberadamente" para atrasar as negociações.
Os esforços de paz na região fracassaram há tempos. Em junho, o presidente russo, Vladimir Putin, mencionou que estaria pronto para negociar o fim da guerra, que já dura mais de dois anos, se Kiev retirasse suas tropas das quatro regiões do país que foram parcialmente anexadas por Moscou, entre outras condições. A Ucrânia rejeitou as condições.
Nesta quarta-feira, Kiev atacou separadamente quatro aeródromos russos durante a noite com drones no “maior ataque” desse tipo desde a invasão de Moscou em 2022, disse uma fonte dos serviços de segurança de Kiev à AFP. A operação teve como objetivo “impedir que o inimigo usasse esses aeródromos para lançar ataques”, disse a fonte.Segundo uma fonte do Serviço de Segurança da Ucrânia (SUB) à CNN, a ofensiva foi um ataque conjunto, incluindo o SUB, a Força Aérea e as Forças Especiais. Mais cedo, a Força Aérea ucraniana informou ter destruído um caça russo Su-34 em Kursk.
Já o Ministério de Defesa russo informou nesta quarta que abateu 117 "UAV (Veículo Aéreo Não-Tripulado ou drones)" e quatro mísseis táticos durante a noite. Os quatro mísseis e 37 dos mais de cem drones foram abatidos sobre a região de Kursk. Segundo o governador de Voronej, Aleksandr Gusev, em uma publicação no Telegram, o risco de novos ataques de drones no local "ainda está presente". A região russa vizinha de Belgorod declarou estado de emergência, pois o governador alertou que a situação lá era “extremamente difícil” devido aos bombardeios ucranianos e aos ataques de drones. (Com AFP)
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