Morreu na sexta-feira Susan Wojcicki, ex-CEO do YouTube e uma das executivas mais influentes do Vale do Silício, informou a revista Fortune. Susan lutava contra um câncer no pulmão há dois anos. A executiva, que tinha 56 anos, deixou o cargo de CEO do YouTube no ano passado, após mais de duas décadas liderando várias partes do Google e sua empresa-mãe, a Alphabet.

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"Mesmo enquanto escrevo isso, parece impossível para mim que seja verdade", escreveu o CEO da Alphabet, Sundar Pichai, em uma nota aos funcionários na sexta-feira, publicada no site da empresa.

"Sua perda é devastadora para todos nós que a conhecíamos e amávamos, para os milhares de Googlers que ela liderou ao longo dos anos, e para milhões de pessoas em todo o mundo que a admiravam, se beneficiaram de sua defesa e liderança, e sentiram o impacto das coisas incríveis que ela criou no Google, YouTube e além", disse Pichai.

Susan foi uma figura-chave no Google desde os primeiros dias da empresa, quando ela alugou sua garagem em Palo Alto para os fundadores Larry Page e Sergey Brin. Ela deixou seu emprego na fabricante de chips Intel e se juntou à então startup de buscas, tornando-se sua primeira gerente de marketing em 1999.

Ao longo dos anos, Susan supervisou o negócio de publicidade do Google e seu segmento de vídeos, desempenhando um papel fundamental na transformação da empresa de uma startup em uma gigante da tecnologia avaliada em US$ 2 trilhões.

A família Wojcicki ficou conhecida como uma realeza do Vale do Silício. A irmã de Wojcicki, Anne, fundadora e CEO da empresa de testes genéticos 23andMe, foi casada com o cofundador do Google, Brin. Sua mãe, Esther, fundou o programa de jornalismo na Palo Alto High School, no coração da indústria tecnológica, e foi reconhecida pelo então Secretário de Educação dos EUA, Arne Duncan, por usar a tecnologia de forma eficaz na sala de aula.

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O marido de Wojcicki, Dennis Troper, que é diretor de gerenciamento de produtos no Google, escreveu em um post no Facebook na sexta-feira que Wojcicki estava lutando contra um câncer no pulmão em "células não pequenas" há dois anos. "Susan não era apenas minha melhor amiga e parceira de vida, mas uma mente brilhante, uma mãe amorosa e uma querida amiga de muitos", escreveu Troper.

Como chefe do YouTube, Susan supervisionou um dos maiores sites de mídia do mundo, com uma audiência que transmite mais de um bilhão de horas de vídeo todos os dias. A plataforma de vídeos, que ela pressionou o Google a adquirir em 2006, gerou US$ 8,7 bilhões em receita de publicidade no segundo trimestre.

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Durante os nove anos em que a executiva liderou o YouTube como CEO, Susan transformou a plataforma de vídeos em um negócio confiável em um mercado em mudança, enquanto também lutava — nem sempre com sucesso — contra a disseminação desenfreada de desinformação.

Em entrevista à editora-chefe da Fortune, Alyson Shontell, no Fórum Econômico Mundial de 2022 em Davos, a ex-CEO do YouTube discutiu os desafios de regular o conteúdo que o site publica e recomenda aos usuários.

Ela também abordou questões importantes envolvendo as mulheres no ambiente de trabalho, incluindo a decisão da Suprema Corte dos EUA de reverter a decisão que garantia às mulheres o direito ao aborto.

"As mulheres devem ter a escolha de quando se tornar mães. Isso é realmente importante. Os direitos reprodutivos são direitos humanos e retirar uma lei e um direito que tivemos por quase 50 anos será um grande retrocesso para as mulheres. Mas essa é a minha opinião pessoal", disse ela. "Dirigindo uma empresa que realmente se concentra na liberdade de expressão, queremos garantir que estamos permitindo um amplo conjunto de opiniões, que todos têm o direito de expressar seu ponto de vista, desde que atendam às nossas diretrizes da comunidade."