Internacional
Oposição denuncia torturas contra líder Freddy Superlano, detido por autoridades na Venezuela
Segundo a ONG de direitos humanos Foro Penal, ao menos 278 pessoas foram presas nas últimas 48 horas no país

O partido Vontade Popular (VP) acusou o governo venezuelano de torturar o líder da oposição Freddy Superlano, detido nesta terça-feira pelas autoridades do país. Em publicação no X, a legenda afirmou ter “recebido informações de fontes ligadas ao chavismo” sobre a prática contra o coordenador político nacional da sigla. De acordo com a ONG de direitos humanos Foro Penal, ao menos 278 pessoas foram presas nas últimas 48 horas na Venezuela.
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Em um vídeo divulgado nas redes sociais, é possível observar o momento em que o dirigente do VP foi levado por agentes da Inteligência Bolivariana de sua casa. Pouco antes, Superlano havia alertado sobre uma "escalada repressiva" em meio aos protestos contra a reeleição do presidente Nicolás Maduro, que é contestada pela oposição.
No comunicado, o partido diz que, segundo as informações recebidas, a prática de tortura teria o objetivo de fazer o líder “confessar o falso plano montado por porta-vozes do regime, como Tarek William Saab” (procurador-geral da República da Venezuela).
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A legenda pediu ainda que o escritório de direitos humanos da Organização das nações Unidas (ONU) e ao Alto Comissário responsável, Volker Türk, “ajudem a comprovar o estado de saúde” do coordenador político e “permitam que sua família e seus advogados o vejam e verifiquem sua integridade física”.
“Estamos muito preocupados com a repetição de práticas classificadas como crimes contra a humanidade que atualmente estão sendo investigadas pelo Tribunal Penal Internacional”, continuou a nota.
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A Venezuela tem sido palco de protestos e prisões após os resultados contestados da eleição presidencial do último domingo, que deu a vitória a Nicolás Maduro em meio a acusações de falta de transparência e fraude. Outro líder da oposição, Ricardo Estévez, do partido Vem Venezuela (VV), também foi detido ontem.
Já o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela e chefe de campanha de Maduro, Jorge Rodríguez, pediu ao Ministério Público durante uma sessão desta terça-feira que prenda a líder da oposição, María Corina Machado, e seu candidato no pleito do domingo, o diplomata Edmundo González Urrutia. Rodríguez os acusou de estarem envolvidos em uma "conspiração fascista".
Com 80% das urnas apuradas, o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) anunciou no último domingo a reeleição de Maduro para um terceiro mandato de seis anos com mais de 5,1 milhões de votos (cerca de 51,2%) contra 4,4 milhões (44,2%) obtidos pelo candidato opositor, González Urrutia.
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No entanto, segundo a oposição, González teria recebido 73% dos votos, o equivalente a 6 milhões, contra apenas 2,7 milhões de votos de Maduro, menos de 30%. O grupo político acusa o CNE de esconder parte do boletins das urnas, e justificou a sua contabilização a partir das atas das seções eleitorais obtidas até o momento e pesquisas de boca de urna de quatro institutos de pesquisa independentes.
Diversas organizações internacionais e representações diplomáticas cobraram uma auditoria do resultado e a divulgação dos dados totais das urnas. O secretário-geral da ONU, António Guterres, instou o governo de Maduro a contar os votos “com total transparência” e a liderança política a agir “com moderação”.
O Brasil solicitou, por meio de seu Ministério das Relações Exteriores, a publicação das apurações das atas para dar “transparência e legitimidade” à contagem dos votos. Em publicação no X nesta quarta-feira, González Urrutia agradeceu aos países, dentre eles o Brasil, que exigiram a divulgação das atas. “A comunidade internacional e os venezuelanos pedem respeito pelos resultados eleitorais e transparência com a publicação de todas as atas”, disse.
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