Internacional
Veja quem são os cotados para substituir o líder político do Hamas morto no Irã
Morte de Ismail Haniyeh abala o grupo palestino, mas não significa sua desestabilização; entenda
O chefe do gabinete político do Hamas, Ismail Haniyeh, foi morto nesta quarta-feira em Teerã, onde participava da posse do novo presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, anunciaram as autoridades iranianas e do grupo, atribuindo o ataque a Israel, que ainda não comentou. A morte eleva os tremores de uma guerra ampliada e abalou o Hamas, mas tampouco significa uma desestabilização do grupo, que agora busca um sucessor para Haniyeh.
Quem é Ismail Haniyeh? Chefe do Hamas assassinado em ataque em Teerã
Impactado pelo conflito: Líder político do Hamas assassinado no Irã teve três de seus filhos e quatro netos mortos em ataque israelense em abril
O próximo chefe político do Hamas provavelmente será uma figura que esteja fora da Cisjordânia e Gaza porque a posição geralmente exige viagens. Entre os principais cotados para substituir Haniyeh estão Khaled Meshal, Mousa Abu Marzouk e Khalil al-Hayya, pontuou Azzam Tamimi, autor de um livro sobre o grupo palestino.
Veja um pouco sobre cada um deles:
Khaled Meshal
Meshal é ex-chefe do gabinete político. Ele está há muito tempo baseado em Doha e costumava sentar-se ao lado de Haniyeh em reuniões com ministros e representantes visitantes.
— Ele pode reunir mais unanimidade no Hamas do que qualquer outra pessoa — explicou Tamimi, que é amigo de Meshal há décadas.
O ex-chefe de gabinete chegou a ser caçado por Israel durante boa parte do período em que ficou longe dos territórios palestinos. No fim da década de 1990, chegou perto da morte pelas mãos do Mossad, o serviço secreto israelense, em Amã, na Jordânia, mas foi salvo por intervenção do governo americano, que considera o grupo uma organização terrorista.
Os agentes do serviço secreto teriam implantado um dispositivo de envenenamento na sua orelha e, ao saber da situação, o rei jordaniano exigiu que o primeiro-ministro israelense, que já era Benjamin Netanyahu, entregasse o antídoto. O premier recusou, mas foi pressionado pelo então presidente americano, Bill Clinton.
Mousa Abu Marzouk
Membro sênior da direção do Hamas, Marzouk também vive em Doha. Segundo o laboratório de ideias Conselho Europeu de Relações Internacionais (ECFR, na sigla em inglês), nasceu em Gaza em 1951, na cidade de Rafah, no extremo sul, e ajudou a fundar o grupo em 1987.
Foi preso nos EUA em julho de 1995 com base em um mandado de prisão internacional. Ele foi detido sem acusação até 1997, segundo o laboratório de ideias Conselho Europeu de Relações Internacionais (ECFR, na sigla em inglês), sendo enviado para a Jordânia. Foi deportado para a Síria dois anos depois. Deixou o país em 2012, alternando entre Gaza, Egito e Catar. Seu patrimônio é estimado em US$ 3 bilhões (R$ 15 bi), de acordo com o Globes.
Khalil al-Hayya
Nasceu em 1960 em Gaza e atua como vice-chefe do gabinete político do grupo desde 2017, segundo o ECFR. Serviu como figura sênior no Hamas desde pelo menos 2006, segundo o Projeto Contra-Terrorismo.
O laboratório europeu pontuou que al-Hayya foi fundamental na negociação de um cessar-fogo com Israel durante a guerra em Gaza de 2014. Sua esposa e seus três filhos foram mortos durante uma tentativa de assassinato por Israel em 2007.
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