Geral

Cientistas descobrem padrões da atividade do TOC no cérebro que podem ajudar no tratamento da doença

Os resultados do estudo foram publicados na revista científica Nature Medicine

Agência O Globo - 27/07/2024
Cientistas descobrem padrões da atividade do TOC no cérebro que podem ajudar no tratamento da doença
cérebro - Foto: reprodução

Pesquisadores observaram padrões no cérebro de pessoas com transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) que receberam estimulação cerebral profunda (DBS) e permitem determinar as atividades cerebrais causadas pela doença. Segundo a equipe, a descoberta abre caminho para melhores tratamentos individualizados. O estudo foi publicado na revista científica Nature Medicine.

Febre do oropouche: Versão mutante pode ser responsável pelas mortes no Brasil; entenda

Atividades físicas: Praticar exercícios no fim de semana compensa os dias úteis perdidos?

A pesquisa foi liderada por cientistas do Baylor College of Medicine, do Texas, nos Estados Unidos. Eles analisaram os exames cerebrais de 12 pessoas com TOC resistente ao tratamento, os quais receberam a DBS – uma intervenção de último caso que monitora e controla a através de eletrodos a atividade dos neurônios.

"Usamos essa nova oportunidade para identificar assinaturas neurais importantes que podem atuar como preditores do estado clínico", afirma uma das autoras, a engenheira biomédica Nicole Provenza, da Baylor College of Medicine, em comunicado.

Eles encontraram um ritmo circadiano específico e regular de 24 horas na atividade neural do estriado ventral que foi interrompido pela aplicação da estimulação.

"Assim, achamos que essa perda de uma atividade neural altamente previsível indica que os participantes se envolveram em menos comportamentos TOC repetitivos e compulsivos", explica o psiquiatra Wayne Goodman, do Baylor College of Medicine, também parte do estudo.

Ao monitorar e mapear estes padrões dos neurônios e como eles estão mudando em resposta à estimulação pode revelar quais pacientes estão respondendo bem ao tratamento, quais doses estão funcionando melhor e quais pacientes podem ter que passar para outro tratamento.

"Estamos entusiasmados com a possibilidade potencial de que assinaturas de atividade neural semelhantes possam estar na base de outros transtornos neuropsiquiátricos e possam servir como biomarcadores para diagnosticar, prever e monitorar essas condições", conclui Provenza.